quinta-feira, 23/01/2025
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O Brasil, o Haiti e a África

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   Imagem reprodução / web

   Resultado de imagem para tropas brasileira no haiti            Termina nesta quinta-feira – 31 de agosto – a tarefa das tropas brasileiras que comandaram a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti. Presente naquele país caribenho desde 2004, o Brasil ali empregou 37 mil militares ao longo desses 13 anos e investiu R$ 2,5 bilhões, dos quais a ONU (Organização das Nações Unidas) reembolsou R$ 930 mil. Segundo general Ajax Porto Pinheiro, atual comandante da tropa, o Haiti de hoje é melhor do que quando os brasileiros lá chegaram, mas para alcançar a almejada estabilidade precisa receber ações de recuperação econômica e social, algo como o Plano Marshall, que reconstruiu a Europa após a 2ª Guerra Mundial. O ultimo contingente brasileiro lá presente é de 950 militares, que começarão a voltar nos próximos dias.

               A chegada dos brasileiros ao Haiti deu-se num momento em que o governo petista, iniciando sua trajetória, tentava vender ao mundo a imagem do Brasil como potência emergente, e o presidente alimentava o sonho megalomaníaco de se tornar secretário-geral da ONU após sua saída do governo. É certo que a presença brasileira beneficiou os haitianos. Questiona-se, no entanto, os gastos que lá tivemos ao mesmo tempo em que o governo brasileiro atrasava aluguéis, negligenciava materiais de trabalho e até contas de consumo nas embaixadas e consulados ao redor do mundo, e dava o calote no pagamento de suas contribuições aos organismos internacionais, inclusive a própria ONU. Também soa estranho irmos cuidar da segurança pública de outro país – ainda que em guerra – quando vivemos internamente o caos.

               Anuncia-se agora que, depois da saída do Haiti, os militares brasileiros serão enviados à República Centro-Africana. Na situação de profunda crise econômica e de absoluta insegurança pública potencializada pelo crime organizado, que pode ser comparada ao terrorismo em alguns pontos do território nacional, melhor seria que nossos militares e o dinheiro que se gastaria para mantê-los em missão internacional, fossem empregados para s solução dos problemas internos. Até porque, se não o fizermos, talvez, um dia, sejamos obrigados a em vez de ajudar os outros países, enfrentarmos a humilhação de pedir à ONU que envie tropas internacionais para controlar a nossa ordem interna.  Nada contra colaborar com os menos afortunados. Porém, isso só deve ser feito quando estamos com os nossos compromissos rigorosamente cumpridos…

 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 

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