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        Termina nesta quinta-feira – 31 de agosto – a tarefa das tropas brasileiras que comandaram a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti. Presente naquele paÃs caribenho desde 2004, o Brasil ali empregou 37 mil militares ao longo desses 13 anos e investiu R$ 2,5 bilhões, dos quais a ONU (Organização das Nações Unidas) reembolsou R$ 930 mil. Segundo general Ajax Porto Pinheiro, atual comandante da tropa, o Haiti de hoje é melhor do que quando os brasileiros lá chegaram, mas para alcançar a almejada estabilidade precisa receber ações de recuperação econômica e social, algo como o Plano Marshall, que reconstruiu a Europa após a 2ª Guerra Mundial. O ultimo contingente brasileiro lá presente é de 950 militares, que começarão a voltar nos próximos dias.
              A chegada dos brasileiros ao Haiti deu-se num momento em que o governo petista, iniciando sua trajetória, tentava vender ao mundo a imagem do Brasil como potência emergente, e o presidente alimentava o sonho megalomanÃaco de se tornar secretário-geral da ONU após sua saÃda do governo. É certo que a presença brasileira beneficiou os haitianos. Questiona-se, no entanto, os gastos que lá tivemos ao mesmo tempo em que o governo brasileiro atrasava aluguéis, negligenciava materiais de trabalho e até contas de consumo nas embaixadas e consulados ao redor do mundo, e dava o calote no pagamento de suas contribuições aos organismos internacionais, inclusive a própria ONU. Também soa estranho irmos cuidar da segurança pública de outro paÃs – ainda que em guerra – quando vivemos internamente o caos.
              Anuncia-se agora que, depois da saÃda do Haiti, os militares brasileiros serão enviados à República Centro-Africana. Na situação de profunda crise econômica e de absoluta insegurança pública potencializada pelo crime organizado, que pode ser comparada ao terrorismo em alguns pontos do território nacional, melhor seria que nossos militares e o dinheiro que se gastaria para mantê-los em missão internacional, fossem empregados para s solução dos problemas internos. Até porque, se não o fizermos, talvez, um dia, sejamos obrigados a em vez de ajudar os outros paÃses, enfrentarmos a humilhação de pedir à ONU que envie tropas internacionais para controlar a nossa ordem interna. Nada contra colaborar com os menos afortunados. Porém, isso só deve ser feito quando estamos com os nossos compromissos rigorosamente cumpridos…
 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)Â