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Perdas de quase US$ 1 bi

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Comércio exterior de MT está longe de emplacar mais um
recorde anual e fecha o quarto mês seguido em retração


Milho vai encerrando o ano como vilão da pauta estadual. Do céu ao inferno em menos de 12 meses

MARIANNA PERES
Da Editoria

A receita das exportações mato-grossenses fechou o quarto mês consecutivo em queda, tanto na comparação mensal, quanto anual. Mais que retração, o volume negociado até novembro dá a certeza de que a pauta não terá um novo recorde anual e tampouco se aproximará dos mais de US$ 15,81 bilhões em embarques contabilizados em 2013. Na comparação anual entre o saldo acumulado nos últimos onze meses deste ano, ante o realizado em igual período do ano passado, há perdas de quase US$ 1 bilhão.

Conforme dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as exportações estaduais somaram receita de US$ 766,64 milhões em novembro, o menor volume financeiro para o mês desde 2011. Na comparação com o faturamento de novembro de 2013, US$ 1,10 bilhão, a retração anual é de 30,43%. Já em relação a outubro de 2014, a perda mensal foi de quase 15%.

Quando se compara o acumulado de janeiro a novembro, a pauta estadual soma US$ 13,97 bilhões, contra US$ 14,89 bilhões em igual momento do ano passado. A queda no período é de 6,14% na comparação relativa. Já em cifras, são US$ 915 milhões a menos na receita do comércio internacional de Mato Grosso. Em novembro de 2013, por exemplo, o faturamento relativo aos onze meses do ano já superava todo o realizado em 12 meses de 2012 que somou US$ 13,86 bilhões.

Com exceção da soja em grão e dos cortes bovinos, todos os outros itens da pauta – que são importantes no conjunto dos produtos agropecuários – como óleo e farelo de soja, milho, cortes de aves e cortes de suínos. Mas o maior contrapeso sobre o resultado da pauta estadual nesse ano é a contração das exportações de milho, seja em volume físico quanto no financeiro. A queda em cifras, por exemplo, é de 48%, mas no decorrer do ano chegou a ultrapassar 55%.

A performance negativa da receita estadual oriunda das exportações está na contramão do registrado no país, conforme destaca o Mdic. Até novembro, 13 estados ampliaram as cifras na comparação com o mesmo período do ano passado. Roraima teve o maior crescimento percentual com alta de 148,39%. No Centro-Oeste, somente o Distrito Federal registrou aumento nas exportações, de 26,83%, enquanto os demais estados tiveram redução: Goiás (-1,31%) e Mato Grosso do Sul (-0,94%). Mato Grosso teve o pior desempenho do período na região.

A PAUTA – Os embarques de soja em grão geraram receita de US$ 7,19 bilhões, 10% mais que o acumulado de janeiro a novembro do ano passado. As cifras originadas com a soja são responsáveis por 51,48% da receita total do Estado até o mês passado. Já os cortes bovinos ampliaram em 12,58% o faturamento do setor, em relação ao ano passado, ao passar de US$ 820,96 milhões para US$ 924,22 milhões. As cifras representam 6,61% do total da pauta. O milho, que chegou a sustentar quase 22% do faturamento da pauta até novembro do ano passado, em 2014 representa menos de 12%. A receita com as vendas do cereal era de US$ 3,20 bilhões e agora, US$ 1,65 bilhão, redução de 48,20%. O esfriamento da demanda internacional pelo grão, bem como a oferta menor na última safra, justificam a performance do milho. 

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