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          A resolução do Tribunal Superior Eleitoral, que manda os partidos polÃticos  manterem contas bancárias com a identificação de seus doadores e demais fontes de recursos e estabelece a obrigação de apresentar extrato mensal, parece-nos, mercê de sua seriedade, o começo da solução para a grande farsa até hoje usada pelos ladrões do dinheiro público que, descaradamente, dizem roubar para custear campanhas. A proibição das doações ocultas é um grande avanço, pois retira do circuito as empreiteiras, os lobistas e outros interessados em obter obras públicas superfaturadas, como se tem visto nos escândalos polÃtico-financeiros descobertos nos últimos tempos. Acaba com o álibi de polÃticos e gestores corruptos, deixando claro que se desviarem é para por no próprio bolso.Â
           Considerando-se que os parlamentares ganham salários e estrutura compatÃveis para o exercÃcio do mandato, no momento em que se estabelece a transparência no processo eleitoral, restará claro que qualquer dinheiro que venham a receber fora disso será indevido e fruto de pura corrupção ou ganância.
           Da mesma forma que o fisco age sobre empresas e cidadãos, todos os membros do governo e do meio polÃtico também precisam ser permanentemente verificados pois, enquanto cidadãos, são sujeitos à mesma legislação fiscal comum a todos os brasileiros. Há que se fechar o certo sobre a movimentação financeira e a evolução patrimonial de todos pois, dessa forma, se evitará que o dinheiro público, arrecadado com a finalidade de sustentar o governo e os serviços deste para a população, seja carreado para promover o conforto de poucos, acarretando o sofrimento a muitos. Os recursos tecnológicos hoje disponÃveis permitem esse acompanhamento e o encaminhamento à justiça de todas as inconformidades para que sejam apuradas e reparadas.
           As apurações da Operação Lava-Jato, do cartel do trem e outros escândalos que vêm emporcalhando a polÃtica nacional, prometem lances graves para os próximos meses. É preciso que todos os envolvidos – corruptores, corrompidos e lenientes – sejam identificados, processados e recebam a devida punição por sua ação ou omissão. Essa deve ser uma certeza em relação a todos aqueles que meteram a mão no dinheiro público. Com a transparência agora estabelecida pelo TSE, eles não poderão mais dizer que desviaram para campanha…
 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)Â