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É DO NORTÃO DE MT: em seu primeiro Mundial, Almir Júnior conquista a prata no salto triplo

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Em seu primeiro Mundial, Almir Júnior conquista a prata no salto triplo         Revelação do atletismo brasileiro, saltador faz melhor marca da carreira e, por dois centímetros, fica atrás apenas do atual vice-campeão olímpico no Mundial Indoor de Birmingham

Por GloboEsporte.com, Birmingham, Inglaterra
Almir Júnior salta 17,41 e fica com a prata no salto triplo no Mundial de Atletismo Indoor

Almir Júnior salta 17,41 e fica com a prata no salto triplo no Mundial de Atletismo Indoor

                Imagina só em seu primeiro Mundial já chegar ao pódio. Foi isso que aconteceu com o Almir Cunha dos Santos. Neste sábado, o mato-grossense confirmou o posto de revelação do atletismo brasileiro e conquistou a prata no salto triplo do Mundial Indoor de Birmingham, na Inglaterra. Um voo de 17,41m para entrar no hall de grandes nomes da prova no país. Apenas dois centímetros atrás do americano Will Claye, atual vice-campeão olímpico. Apenas um centímetro à frente do português Nelson Évora, campeão olímpico de 2008. Para quem ainda não o conhecia, Almir Júnior deu um belo cartão de visitas.

                – Essa prata era tudo o que eu buscava aqui. Queria sair sabendo que dei o meu melhor. Sabia que estava entre os melhores. Foi para isso que trabalhei. Nem sei o que dizer. Estou muito feliz. Sabia quem tava na prova. São os caras que estudo, que admiro. Me espelho neles. Sabia que seria uma prova muito dura. Mas trabalhei para isso, então tinha a cabeça tranquila para dar meu melhor. Foi isso que aconteceu. Acertamos na hora que precisava, no lugar que precisava – disse Almir.

 
Prata no salto triplo, Almir Júnior exalta adversários e trabalho:

Prata no salto triplo, Almir Júnior exalta adversários e trabalho: “Acertamos”

Depois de ficar sem medalhas no Mundial em pista coberta de Portland, em 2016, o Brasil retorna ao pódio da competição. E justamente no salto triplo, uma das provas de maior tradição do país, que nasceu com o bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva e também levou Nelson Prudêncio e João do Pulo ao pódio de Olimpíadas. Em Mundiais Indoor, Jadel Gregório já havia conquistado duas pratas no salto triplo – ele também foi vice-campeão mundial outdoor. Agora Almir se junta a esse seleto grupo de medalhistas do atletismo brasileiro.– Isso que me motiva mais, é saber a tradição que o Brasil tem (no salto triplo). Não foi um peso para mim em momento algum, foi uma motivação. É para eles. É por eles. Fazer parte dessa história é algo incrível, algo que eu buscava e que vou continuar buscando – disse Almir.

Almir Júnior se emociona após conquistar a prata no salto triplo do Mundial Indoor (Foto: John Sibley/Reuters)

Almir Júnior se emociona após conquistar a prata no salto triplo do Mundial Indoor (Foto: John Sibley/Reuters)

         A medalha em seu primeiro Mundial é fruto de uma evolução impressionante do jovem atleta de Matupá, no Mato Grosso. Treinado na Sogipa, de Porto Alegre, ele começou no salto em altura, fez a transição para o salto em distância e só há pouco tempo se encontrou no salto triplo. Rapidamente se tornou o número 1 do Brasil no ano passado. Melhorou sua marca a cada competição neste ano para chegar a Birmingham como líder do ranking mundial com 17,37m. Ainda melhorou na Inglaterra com 17,41m, só não foi melhor que Will Claye.

Will Claye e Almir Júnior comemoram medalhas no salto triplo do Mundial Indoor (Foto: John Sibley/Reuters)

Will Claye e Almir Júnior comemoram medalhas no salto triplo do Mundial Indoor (Foto: John Sibley/Reuters)

Salto a salto

 

O primeiro salto de Almir neste sábado foi só para quebrar o gelo, mas com 16,70m, ele já se posicionou na quarta posição depois da primeira rodada. Na segunda tentativa, o brasileiro voou para 17,22m e assumiu a liderança, mesmo nem chegando na tábua de impulsão. Tinha margem para crescer, e precisava disso. O português Nelson Évora, campeão olímpico em 2008, conseguiu um salto de 17,40m. Na quarta rodada, o americano Will Claye, prata nas Olimpíadas de 2012 e 2016, foi ainda melhor com 17,43m.

Almir então arriscou, atacou mais a tábua de impulsão. Queimou a quarta tentativa, mas foi recompensado na quinta chance. O voo de 17,41m era o melhor de sua carreira. Novamente ele se superou, e passou o campeão olímpico Nelson Évora. Ele ainda buscou o ouro na sexta chance, mas queimou novamente. Por dois centímetros, Will Claye foi campeão. Mas a prata tá de bom tamanho para a primeira grande competição do brasileiro.