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      Está chegando o dia da decisão na corrida eleitoral deste ano. Não o do resultado final, mas da definição de quem será candidato. Apesar de tecnicamente impedido de concorrer, por ser condenado em segunda instância e estar cumprindo pena, o ex-presidente Lula insiste em sua candidatura. O Partido dos Trabalhadores deve protocolar o pedido de registro nos últimos minutos do prazo – 15 de agosto à s 19 horas – e está preparado para sustentar uma batalha jurÃdica até o meio de setembro, na tentativa de manter Lula “candidatoâ€. Ao final, confirmada a impossibilidade, o substituirá por Fernando Haddad, hoje apresentado como vice, mas já com mais da metade da campanha realizada pelo candidato inviável, então promovido a mártir polÃtico, ou “idéiaâ€, como ele próprio se autodefiniu no dia da prisão.
                Mais importante do que permitir ou não que o ex-presidente seja candidato, é a Justiça Eleitoral decidir de forma terminativa. Salvo melhor juÃzo, se não pode apresentar todas as certidões exigidas para o registro, não há que se falar mais nisso. O quadro tem de ser fechado e homologado com os que cumprirem as exigências legais. Nada mais.
                No passado houve um presidente que, ao cometer uma ilegalidade, declarou “ora à leiâ€, e isso ficou no imaginário nacional. Durante o impeachment  da presidente Dilma Rousseff, o ministro Ricardo Lewandowski, que por força de lei presidia a sessão do Senado, arrepiou a lei afastando a governante mas não lhe aplicando a inelegibilidade de 8 anos estabelecida no texto legal para o seu caso. Desde então, os petistas e seus parceiros cultuam e espalham pelo mundo a bestial tese de que houve um “golpeâ€. O tema chegou a gerar até um curso universitário em instituições públicas que, no lugar de qualificar o aluno, o treinam como militante de esquerda.
                O paÃs está mergulhado na brutal crise porque, na redemocratização, muitos daqueles que no passado lutaram para nos impor uma ditadura do proletariado, voltaram e se fantasiaram de democratas. E a sociedade, que no frigir dos ovos paga a conta, nada fez para impedir a farsa. Precisamos recuperar o respeito à s instituições e principalmente ao ordenamento jurÃdico. Os que repetidamente acusam o “golpe†devem ser chamados a responder por esse crime de  denunciação caluniosa, que põe em dúvidas nosso poder judiciário tanto no paÃs como no exterior. Da mesma forma, os que tentam tumultuar a vida nacional, têm de assumir a responsabilidade pelo que fazem. Os poderes da República têm de funcionar e exigir o pleno cumprimento das leis e impedir qualquer tipo de desobediência civil. Sem isso, a crise continuará indefinidamente.
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Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)