Ministério da Saúde desiste de extinguir Secretaria de Saúde Indígena; lideranças de Colíder comemoram

Da Assessoria   

       

           Um grupo de mulheres indígenas se reuniu na tarde desta quinta-feira (28.03), na sede da Prefeitura de Colíder, com os secretários de Planejamento, Fazenda e Administração, Vanderlei Borges, e de Saúde, Rafael Bosco. Elas pediram apoio do governo municipal contra a extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), anunciada no dia 20 de março pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

       A líder Mayalu Txucarramãe diz que essa está sendo uma semana de mobilização e resistência dos povos indígenas. “Nós viemos aqui pedir o apoio do prefeito contra a extinção da Sesai e contra a municipalização da saúde indígena. Não concordamos, porque nós precisamos de um atendimento diferenciado, conforme prevê a política nacional de saúde indígena”, comenta.

         Vanderlei Borges afirma que o fim da Sesai trará prejuízos ao município e aos indígenas.  “Somos parceiros dos índios nessa luta, porque essa municipalização da saúde indígena não está clara. Historicamente, sempre que o governo federal cria um programa para o município assumir, ele não cumpre a contrapartida financeira na mesma medida. Aí, a prefeitura tem que sacrificar recursos próprios para assegurar os serviços”, esclarece.

           O secretário de Saúde entende que a medida do Ministério da Saúde necessita ser esclarecida aos municípios. “As informações ainda estão obscuras. Não apoiamos a municipalização. A gente acredita que tem que ser conversado, com todas as partes sendo ouvidas para que a população indígena não sofra. Além disso, acaba sobrecarregando financeiramente a saúde municipal e trazendo prejuízos a todos nós”, enfatiza Rafael Bosco.

         Em nota, o Ministério da Saúde afirma que não há uma medida provisória que responsabiliza os municípios pelos serviços de saúde dos indígenas ou que modifique as políticas indigenistas vigentes. Diz ainda que eventuais mudanças de ações de vigilância e assistência à saúde aos povos indígenas ainda estão sendo discutidas.