
Imagem ilustrativa / divulgação
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    Descoberto o poder das redes sociais – que tiveram participação clara nas eleições de Donad Trump, Jair Bolsonaro e outros governantes sem tanta visibilidade entre nós – parece que a mÃdia tradicional, incomodada, é levada a reagir e, pela massificação, tentar impor suas verdades e posições. É um fenômeno que ganha volume e causa preocupação. Para as redes sociais, o mundo inteiro ainda busca uma regulação equilibrada, que parece estar longe de ser conseguida.
     De outro lado, a mÃdia estabelecida luta para manter seu papel – que durante décadas a colocou com toda razão na condição de “quarto poder†– mas tem dificuldades para atingir seu grau de eficiência e rentabilidade. Principalmente porque, em certos momentos, chega a refletir vÃcios adquiridos nas três décadas de governos voltados à esquerda, sendo acusada de abrigar ativistas no lugar de profissionais.
               Como resultado, membros dos três poderes são frequentemente citados como maus exemplos. E, sem a oportunidade de se defender ou, por comodidade, o fazem pelas redes sociais, que acabam repercutidas na mÃdia geral e ganham força maior do que se a justificativa fosse produzida como contraponto à s citações pelos próprios jornais, revistas, rádios, TVs e produtoras de conteúdo.
     Entramos no perigoso cenário em que o veÃculo de comunicação – justa ou injustamente – se afasta da neutralidade e passa a integrar a contenda. Com isso, perdem todos. Os citados que se transformam em alvos, a mÃdia levada a “ter lado†nas discussões, e a população que se sente privada de informação isenta.
               A maioria dos veÃculos de comunicação – notadamente os jornais – nasceu vinculada a correntes polÃticas. Isso ainda ocorre em alguns paÃses e nada tem de anormal, pois tem o  conhecimento do leitor.
     No Brasil, com o passar do tempo e as mudanças polÃtico-sociais, optou pela neutralidade e imparcialidade, que até hoje figuram como bandeiras da comunicação, mesmo sofrendo veladas contestações. A radicalização atual conduz à necessidade de nova definição da verdadeira função da mÃdia;.se continua com o viés de defesa dos interesses da comunidade ou assume vinculação a grupos polÃticos, ideológicos ou sociais. É um momento crÃtico, que exige muita reflexão, equilÃbrio e, até, algum senso de futurologia.
               Embora estudos demonstrem a preferência do leitor, ouvinte ou telespectador por notÃcias ruins, também existem teses afirmando que a informação negativa potencializa o mau humor e torna negativo o dia do cliente.
      O Brasil de hoje carece de maior compromisso de todos com o coletivo e força para sair da crise. Potencializar a notÃcia ruim prejudica o conjunto da sociedade. Governantes, parlamentares, autoridades judiciais, empresariado, lideranças sociais e a mÃdia estabelecida precisam encontrar o ponto de equilÃbrio, agindo pela paz e nunca pela guerra.
      E os usuários das redes sociais devem se abster de utilizar esses canais para a desconstrução polÃtica e social, sob pena de eles próprios figurarem como vÃtimas… Â
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)







