Os mandados de prisão foram decretados cinco servidores públicos e dois internos da Penitenciária Central do Estado (PCE). As 15 ordens judiciais são pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foram expedidas depois de representação dos delegados e manifestação favorável do Ministério Público Estado, via o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO).
     Foram presos na ação, o diretor da PCE, Revetrio Francisco da Costa, o Sub-diretor Reginaldo Alves dos Santos, Cleber de Souza Ferreira, Tenente da PM 3º BPM, Ricardo de Souza Carvalhaes de Oliveira, Sub. Ten. PM-Rotam, Denizel Moreira dos Santos Jr, Cabo PM-Rotam e os integrantes o CV/MT Paulo César da Silva e Luciano Mariano da Silva.
     No dia 6 de junho, na Penitenciária Central do Estado (PCE), foram localizados 86 aparelhos celulares, dezenas de carregadores, chips e fones de ouvido. Todo o material estava acondicionado dentro da porta de um freezer, que foi deixado naquela unidade para ser entregue a um dos detentos.
    Equipes da GCCO estiveram na PCE e verificaram que não havia nenhum registro de entrada ou mesmo informações acerca da entrega do referido eletrodoméstico. Diante dos fatos e da inconsistência das informações, todos os agentes penitenciários presentes foram conduzidos até a Gerência e questionados sobre os fatos. No mesmo dia, a autoridade policial determinou a apreensão das imagens do circuito interno de monitoramente da unidade, que foram extraÃdas por meio da PerÃcia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
     Por meio dos depoimentos, da análise das imagens e conteúdo de aparelhos celulares apreendidos e ainda, da realização de diversas diligências, foi possÃvel identificar e comprovar de maneira robusta, que três policiais militares, dentre eles um oficial de carreira, foram os responsáveis pela negociação e entrega do freezer recheado com os celulares.Â
      Com a ciência do diretor e do subdiretor da unidade, os militares enviaram o aparelho congelador que era destinado a um dos lÃderes de uma facção criminosa atuante no Estado.
     Ao longo das investigações, a PolÃcia Civil conseguiu comprovar que nomesmo dia, duas horas antes do freezer ser interceptado, os três militares e os diretores da unidade, participaram de uma reunião a portas fechadas com o preso lÃder da organização criminosa, por mais de uma hora, dentro da sala da direção. “Toda a dinâmica dos fatos foi registrada pelas imagens da unidade prisionalâ€, aponta o relatório da investigação.
      No decorrer das investigações, ficou constado ainda que o veÃculo utilizado para a entrega do freezer, na unidade, pertence a outro reeducando, que também é considerado uma das lideranças da mesma facção. Esse reeducando divide cela com o destinatário do equipamento.
       Além das prisões preventivas dos servidores públicos e dos lÃderes da facção criminosa, serão cumpridas medidas de busca e apreensão nas dependências da Penitenciária Central do Estado.
    O inquérito será concluÃdo nos próximos 10 dias. Os investigados poderão responder pelos crimes de integrar organização criminosa, corrupção passiva e ainda por facilitação de entrada de celulares em estabelecimento prisional.Â