Frete com baixo valor, péssimas condições das rodovias e alto valor do combustÃvel. Sobram motivos para a insatisfação para os trabalhadores do setor rodoviário no PaÃs. Diante do caos econômico, os caminhoneiros estão prestes a deflagrar greve.
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Os comandos sindicais estão em reuniões no Rio Grande do Sul, comrepresentantes de todo o PaÃs. A definição da greve ainda depende do consenso entre a categoria, porém, para demonstrar o descaso do governo federal com a categoria, paralisações ocorrem simultaneamente em diferentes trechos rodoviários.
Após manifestações no Mato Grosso, os caminhoneiros bloquearam a BR-163, entre Capitão Leônidas Marques e Realeza no Paraná, sobre a Ponte do Rio Iguaçu. O tráfego só era liberado a cada três horas por apenas meia-hora.
As manifestações prosseguem, sem data e hora para acabar. “Do jeito que está não dá mais para trabalhar. O governo federal aumentou o valor do diesel, no entanto, o frete está baixo demais. Não conseguimos mais pagar nossas contas. Não bastasse isso, as condições para manter a atividade são péssimasâ€, argumenta o caminhoneiro Mauro Azevedo da Silva.
Adesão
A cada hora que passa, o movimento ganha adesão de mais caminhoneiros revoltados com a situação nacional. A BR-163 foi escolhida como ponto crucial da manifestação pelas péssimas condições que geram riscos aos motoristas e pelo movimento. A rodovia é a principal ligação rodoviária para o transporte de cargas entre o Sul e o Norte do PaÃs.
“Estamos pedindo para todos os caminhoneiros aderirem a manifestação. Estamos em audiência e assim que tivermos uma posição poderemos deflagrar greve em todo o PaÃsâ€, diz Idair parizotto, secretário geral do Sindicato dos Caminhoneiros na região de Francisco Beltrão, que compreende 44 cidades do sudoeste paranaense.
A categoria exige que o pagamento pelo frete seja feito por quilômetro rodado e não mais o valor total. “O custo está muito além do que recebemosâ€, finaliza Silva.
Falhas da legislação impedem trabalho
Em vigor há três anos, a Lei do Caminhoneiro é um entrave. Embora o Congresso Nacional tenha aprovado esta semana a ampliação da carga-horária para os trabalhadores, ainda falta a sanção da presidente Dilma Rousseff. O texto que substituirá a Lei do Caminhoneiro permite a jornada de oito horas, com duas horas-extras, que poderá aumentar para até quatro horas-extras, conforme acordo coletivo ou convenção da categoria.
A dificuldade, segundo o caminhoneiro Mauro Azevedo da Silva, é encontrar lugares para estacionar e dormir. “Os postos de combustÃveis não têm lugar para parar. Quando tem estacionamento, temos que abastecer ou pagar. O banho chega custar R$ 7. Não temos estradas para rodar e o preço do combustÃvel é abusivoâ€.
Fonte: O Paraná