quinta-feira, 23/01/2025
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“Nunca é cedo nem tarde demais para realizar seus sonhos”; mostram servidoras

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Você já parou para pensar quantas vezes ouviu a frase: você não acha que está nova (ou velha) demais para fazer isso? Onde você estaria agora se tivesse respondido sim a esta pergunta? Na semana do Dia Internacional da Mulher, conversamos com duas mulheres guerreiras, servidoras do Poder Judiciário de Mato Grosso, que apesar de todos os obstáculos, escolheram dizer não à pergunta acima e sim para os seus sonhos.
Velha de mais? “No dia 12 de julho de 1999, era meu primeiro dia de trabalho no Poder Judiciário, lembro de receber uma ligação no meio do expediente, me avisando que meu pai estava passando mal e tinha sido levado para o hospital. Lembro dele, com aquele olho azul, dizendo: Vá com Deus! Bem no dia em que comecei a trabalhar, meu pai faleceu. Um dia que era para ser de felicidade, mas foi de tristeza”, conta Elza Bernardete Humberger, 70, auxiliar judiciária, na 2a Vara Cível do Fórum de Várzea Grande.
O falecimento do pai foi apenas um dos obstáculos que Elza enfrentou para tornar-se a mulher e profissional que é hoje. Mãe de 6 filhos, avó de 14 netos e bisavó de 13 bisnetos, ela começou a trabalhar aos 14 anos como professora. Mais tarde, comandou a área de tráfego de uma empresa de transporte rodoviário de dia, enquanto estudava à noite.
“Um dia ao chegar do trabalho disse para o meu ex-marido que queria retomar os estudos para fazer o concurso do Poder Judiciário. Lembro-me bem que a primeira coisa que ele me disse foi: você não é velha demais para isso? Fiquei triste, mas escolhi seguir meu coração e fazer o que tinha vontade”.
E ela fez. Aos 47 anos, Elza prestou o concurso. Aos 48 anos, começou sua jornada no Fórum de Várzea Grande, como Agente de Serviço. E, aos 53 anos, após cursar a faculdade de letras e fazer vários cursos de qualificação, tornou-se auxiliar judiciária da 2a Vara Civel.
Pensa que ela parou por aí? Há cerca de 2 anos e meio, aos 68 anos, após anos divorciada, Elza encontrou um novo amor e se casou novamente. “Depois de muitos anos vivendo sozinha, encontrei um companheiro maravilhoso, que me apoia e me dá forças para continuar realizando os meus sonhos. Meus filhos não gostaram muito no início, mas acabaram aceitando. Também achavam que eu não tinha idade para começar um novo relacionamento. Porém, mais uma vez resolvi ouvir o meu coração e estou muito feliz por isso!”, garante.
Nova demais? Assim como Elza, Letícia Tavares de Freitas também sente na pele os olhares desconfiados de algumas pessoas por causa de sua idade. Aos 21 anos de idade, cursando o 7º período da faculdade de Direito, começou a trabalhar no Tribunal de Justiça como estagiária voluntária e hoje é assessora de gabinete da 2ª Vara da Comarca de Mirassol D´Oeste.
“Sempre estudei muito e procurei me dedicar ao trabalho. Acredito que por isso tenha alcançado algumas conquistas mais jovem. Comecei no TJ como estagiária voluntária, depois fiz o processo seletivo para estagiar na Comarca de Rio Branco e passei em primeiro lugar. Em seguida, veio a oportunidade de atuar como assessora de gabinete e não perdi a oportunidade, mesmo tendo que mudar de cidade de um dia para o outro. Nunca foi fácil! Ao mesmo tempo que tem sido uma experiência gratificante, um sonho, sempre tem muitos desafios. Mas, o importante é seguir adiante”, pontua Letícia.
Uma mensagem: ainda que as histórias de Elza e Letícia sejam diferentes, ambas são mulheres guerreiras, que escolheram não se limitar pela idade, enfrentando seus medos e persistindo no caminho que acreditavam. E para te inspirar ainda mais, elas deixaram uma mensagem.
“Primeiramente, quero dizer para as mulheres que não se deixem intimidar para estudar, trabalhar ou fazer o que tenham vontade por causa da idade. Tudo depende da gente. E também quero deixar um abraço e desejar força para todas para superarem a pandemia”, aconselha Elza.
“Até hoje as pessoas falam para mim: mas você é muito nova. Como se eu não fosse dar conta. Mas, eu me dedico e sei que tenho capacidade. Por isso, lute pelos seus sonhos e vá em direção a eles”, finaliza Letícia.
Mariana Vianna
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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