Onze linhas de texto foram reconstruídas, incluindo partes de uma tradução grega de Zacarias 8: 16-17. Em outro fragmento, versos de Naum 1: 5-6 foram identificados.
5 – Os montes tremem perante ele, e os outeiros se derretem; e a terra se levanta na sua presença; e o mundo, e todos os que nele habitam.
6 – Quem parará diante do seu furor, e quem persistirá diante do ardor da sua ira? A sua cólera se derramou como um fogo, e as rochas foram por ele derrubadas.
O anúncio foi feito pelo governo israelense nesta terça, 16. São os primeiros pedaços dos Manuscritos do Mar Morto, recuperados de uma caverna onde rebeldes judeus se esconderam contra o Império Romano há 1.900 anos.
Os pedaços de pergaminho estão escritos em grego e contêm versículos dos livros dos profetas Zacarias e Naum.
Os pesquisadores conseguiram reconstruir cerca de onze linhas do pergaminho. Outros artefatos da época e um esqueleto de 6 mil anos atrás também foram descobertos
“O objetivo desta iniciativa nacional é resgatar esses raros e importantes bens patrimoniais das garras dos ladrões”, disse Israel Hasson, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, que pediu mais recursos para concluir a operação de recuperação.
“Devemos garantir que recuperemos todos os dados que ainda não foram descobertos nas cavernas, antes que os ladrões o façam. Algumas coisas não têm valor”, ressaltou Hasson.
Jesus
Descobertos há 70 anos em cavernas ao redor de Qumran, os Manuscritos do Mar Morto estão entre os achados mais significativos da arqueologia, contendo as versões mais antigas da Bíblia Hebraica e outros textos judaicos que datam da época de Jesus.
A maioria dos rolos é mantida no Santuário do Livro, parte do Museu de Israel em Jerusalém.
Os últimos fragmentos de pergaminho foram encontrados na Caverna do Horror, que fica 80 metros abaixo do topo de um penhasco no Deserto da Judéia, cujo único acesso é por meio de um rapel.
O trabalho da equipe de arqueólogo na região, desde 2017, faz parte de uma operação nacional para impedir o saque de antiguidades.
Desde que os Manuscritos do Mar Morto foram descobertos a área atraiu a atenção dos saqueadores principalmente pela região ter excelentes condições climáticas, o que significa que pergaminhos e documentos antigos ficam excepcionalmente bem preservados.
Hananya Hizmi, chefe da equipe do Departamento de Arqueologia da Administração Civil da Cisjordânia, disse que este foi “um momento emocionante.”
“Os achados atestam um estilo de vida rico, diversificado e complexo, bem como as duras condições climáticas que prevaleciam na região há centenas e milhares de anos”, disse Hizmi.
Onze linhas de texto foram reconstruídas, incluindo partes de uma tradução grega de Zacarias 8: 16-17. Em outro fragmento, versos de Naum 1: 5-6 foram identificados.
Esqueleto
Os arqueólogos também descobriram um esqueleto parcialmente mumificado de uma criança de 6 a 12 anos, enterrado em uma cova rasa sob duas pedras planas e envolto em um pano, que data 6.000 anos atrás
“O esqueleto da criança e o envoltório de tecido estavam notavelmente bem preservados e por causa das condições climáticas na caverna, um processo de mumificação natural ocorreu.
A pele, tendões e até mesmo o cabelo foram parcialmente preservados, apesar do passar do tempo”, disse Ronit Lupu, arqueólogo da Autoridade de Antiguidades de Israel.
Por Andréa Fassina, da redação do Só Notícia Boa – Com informações da CNN