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Facção criada por SANDRO LOUCO é alvo de 267 mandados - Folha de Colider
domingo, 24/11/2024
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Facção criada por SANDRO LOUCO é alvo de 267 mandados

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imagem destaque/tv secom

 

LUCIENE OLIVEIRA
Lenine Martins/Secom-MT
Policia Civil cumpre mandados de prisão contra facção criminosa de Mato Gross

Policia Civil cumpre mandados de prisão contra facção criminosa de Mato Grosso

                     A segunda parte da operação “Grená”, para cumprimento de 267 ordens judiciais contra membros da facção criminosa denominada “Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT), foi deflagrada na manhã desta terça-feira (17.03), pela Polícia Judiciária Civil. O grupo criminoso é investigado por ações contra a ordem pública dentro de presídios de Mato Grosso. A facção foi criada no interior da Penitenciária Central do Estado (PCE) pelo detento Sandro da Silva Rabelo, conhecido por “Sandro Louco”. 

                  Desde as 6 horas da manhã , um efetivo de 250 policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães, está mobilizado para o cumprimento de 28 mandados de prisão preventiva, 35 buscas e apreensão domiciliar, e 204 intimações para interrogatórios e medidas cautelares diversas da prisão, que proíbem os investigados de uma série de situações, como o uso de telefones e aplicativos como whatssap, comparecimento periódico em juízo, recolhimento domiciliar no período noturno, manutenção do endereço atualizado, entre outras medidas. 

 O balanço dos números da operação vai ser apresentado em entrevista coletiva, às 14h30, na sala multiuso da Secretaria de Estado de Segurança Púbica, com a presença dos delegados da operação, diretores da PJC e secretários da Segurança Pública. 

                Os mandados de prisão são cumpridos contra 12 pessoas em liberdade, sendo 11 em Cuiabá e uma em Várzea Grande, e dentro de unidades prisionais. São 11 detentos da Penitenciária Central do Estado, três no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), um no Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul, e mais um no Sistema Penitenciário de Minas Gerais, com prisão preventiva decretadas. As buscas aconteceram em 35 pontos de Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres. 

Outros 204 pessoas, sendo 127 detentos, serão interrogados dentro de unidades prisionais de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Mirassol D’Oeste, e 77 pessoas em liberdade serão conduzidas à delegacias da Polícia Judiciária Civil e também interrogadas. São membros da facção com residências em Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Vera, Tangará da Serra e Cáceres. Todos os 204 investigados, dentro e fora da prisão, terão medidas cautelares restritivas cumpridas. 

Os suspeitos com ordens judiciais decretadas pela Vara Especializada do Crime Organizado são pessoas “batizadas” pela organização criminosa CV-MT e constam como filiados em ficha cadastral elaborada pela facção de seus membros. 

A identificação dos integrantes ocorreu na continuidade das investigações conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE), e a Diretoria de Inteligência, da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, que apuram o envolvimento da facção em crimes já identificados como o tráfico de drogas, roubos, furtos, estelionatos, apologia ao crime, homicídios, latrocínio e explosões de caixas eletrônicos na região metropolitana de Mato Grosso e no interior do Estado. 

Primeira Fase – Na primeira fase da operação Grená, deflagrada no dia 30 de abril de 2014, a Justiça decretou 41 mandados de prisão contra integrantes e colaboradores da facção. Durante a operação, houve buscas em 12 endereços de pessoas ligadas à organização criminosa. 

Na ocasião, sete membros da facção chegaram a ser transferidos para o presídio federal de segurança máxima, de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, mas em fevereiro de 2015 retornaram para presídios de Mato Grosso. 

Segunda Fase – A segunda fase da operação “Grená” tem a coordenação geral da Diretoria de Atividades Especiais, e é comandadas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública (Defaz), Diretoria de Inteligência e apoio das delegacias da Diretoria Metropolitana, delegacia da Diretoria do Interior e Gerência de Operações Especiais (GOE). 

A operação integra o plano estratégico da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para enfrentamento da criminalidade nos primeiros 100 dias de 2015. 

A Facção – A facção foi idealizada pelo detento Sandro da Silva Rabelo, conhecido também por “Sandro Louco”, considerado um dos organizadores da facção mato-grossense, juntamente com Renato Sigarini, conhecido por “Vermelhão”, Miro Arcângelo Gonçalves de Jesus, o “Miro Louco” ou “Gentil”, e Renildo Silva Rios, conhecido por “Nego”, “Negão” ou “Liberdade”. 

O CV-MT visando à expansão da facção criminosa estabeleceu duas principais ações iniciais importantes, a primeira dela foi a criação de um “Conselho” denominado “Conselho do Estado” ou “Conselho Final”, compostos por reeducando do mais alto nível de conhecimento sobre as regras do estatuto. Na estrutura do “Conselho Final” há os cargos de presidente, do vice-presidente, do porta-voz e do tesoureiro. 

A segunda ação tida como crucial para o desenvolvimento da facção foi fixar autonomia em relação ao Comando Vermelho o Rio de Janeiro, não tendo que prestar contas das atividades ao comando nacional e nem efetuar pagamentos mensais. No entanto, existe uma aliança entre as duas facções. 

O CV-MT conta com membros em unidades prisionais no Estado de Mato Grosso, especificamente em Raios e Alas reservadas aos reeducandos mais perigosos. A facção mantém controle sobre os membros e os atualiza quanto às decisões tomadas pelo comando da facção. 

Cadastramento – Dois pendrives contendo informações cadastrais apreendidos na primeira fase da operação Grená levou a Polícia Judiciária Civil a identificar 311 membros da facção criminosa Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT), fixados em várias partes do Estado de Mato Grosso. 

O dispositivo digital estava em poder de Bruna Santos Xavier, esposa Renato Sigarine, o “Vermelhão”, segundo homem na ordem de comando da facção Comando Vermelho de Mato Grosso. Na casa dela, os policiais apreenderam também um notebook marca HP, com capa rosa; um aparelho celular e os dois pendrives, cujos dispositivos armazenavam informações valiosas da organização criminosa. 

“As vantagens verificadas pela investigação vão além do interesse econômico, pois a filiação à facção lhes garante benesses como assistência jurídica de advogados e proteção à família dos presos que se filiam, não somente moral e assistencial, mas também financeiro”, destacou o delegado Flávio Henrique Stringueta.

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