A brasileira e maquiadora Raiza Bernardo Barbosa, de 26 anos se tornou a 1º modelo com fissura labiopalatina – também conhecida como lábio leporino – a posar para a gigante revista de moda Vogue.
De Bauru, no interior de São Paulo, Raiza é paciente há mais de duas décadas do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) e desde pequena passa por cirurgias para a correção do lábio.
“Hoje, tudo o que faço é para me destacar e sem padrões, apenas sendo quem eu realmente sou. Sou muito bem resolvida quanto a minha cicatriz, ela faz parte de quem eu sou, e, para mim, é um charme”, afirmou.
O convite para a Vogue
Raiza contou que o convite para participar da Vogue Portugal surgiu por meio da modelo Isabel Hickmann, que tem um filho que também nasceu com fissura labiopalatina. À época, a Vogue do país estava à procura de uma modelo com essas características.
“Nos conhecemos pessoalmente para um trabalho voluntário para a Smile Train, na qual somos embaixadoras. As fotos foram feitas na Vogue Brasil, localizada em São Paulo. O processo foi intenso, levamos o dia todo com toda produção de fotógrafos, maquiadores e hairstylist”, lembrou a brasileira.
As cirurgias
A maquiadora, agora modelo e ativista da causa, passa por cirurgias do palato desde os oito meses para correção dos lábios que, hoje, estão cicatrizados.
Durante sua vida toda, foram cinco cirurgias e ainda restam duas para concluir o tratamento, uma ortognática, na mandíbula, e a rinoplastia, no nariz.
Enfrentou Bullying
Ela passou por muito preconceito e bullying na adolescência e teve que buscar dentro de si a força e o empoderamento.
“A cicatriz, na adolescência, trazia receio e vergonha. Ela foi ressignificada a partir do momento em que eu decidi recuperar a autoestima e me empoderar. Não existiam referências, fiz por mim”, disse.
Para inspirar outras pessoas em sua rede social, Raiza criou o “Beleza Fissurada”, perfil que acumula quase 3 mil seguidores.
Lá ela discute padrões de beleza, em sua maior parte irreais, criados pela sociedade e aborda os tratamento e cria até mesmo uma rede de apoio para os familiares e crianças que nasceram com fissura labiopalatina.
“Me empoderar foi um processo de autoaceitação, e não foi fácil. Aos meus 21 anos tive primeiro que aprender a me amar, se eu não fizesse isso por mim, ninguém jamais iria fazer”, lembrou.
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Com informações de O Seu Jornal