
Agora, cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia notificar o Palácio do Planalto; depois de lido no Plenário, documento enviado pelo Supremo será encaminhado para análise da CCJ
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   A Câmara dos Deputados recebeu nesta manhã a denúncia de corrupção passiva contra o presidente da República, Michel Temer, encaminhada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede que o STF condene Temer à perda do mandato e ao pagamento de multa de R$ 10 milhões.
    “A Câmara dos Deputados realiza um juÃzo predominantemente polÃtico de admissibilidade da acusação, enquanto compete ao Supremo Tribunal Federal um juÃzo técnico-jurÃdicoâ€, disse o ministro Edson Fachin, responsável pela Operação       Lava Jato no STF, ao determinar o envio da denúncia para exame dos deputados. “O juÃzo polÃtico deve preceder à análise jurÃdica porque, como visto, assim o determina a correta interpretação da Carta Magna.â€
      É a primeira vez que um presidente da República, no exercÃcio do cargo, é acusado de crime comum. Neste caso, segundo a Constituição, o julgamento cabe ao STF, mas o processo só pode ser aberto se houver autorização do Plenário da Câmara – é necessário o apoio de pelo menos dois terços dos parlamentares (342 votos).
Próximos passos
       Agora, cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, notificar Temer. Quem entrega o documento ao Palácio do Planalto é o primeiro secretário, deputado Giacobo (PR-PR). Em seguida, a denúncia será lida em Plenário pela segunda secretária, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO). Depois o documento será despachado para a Comissão de Constituição e Justiça, para que analise a denúncia.
       Na CCJ, Temer terá prazo de dez sessões do Plenário para apresentar sua defesa. Depois disso, ou caso o presidente não se manifeste, a CCJ deverá, no prazo de cinco sessões do Plenário, votar o parecer do relator – que será considerado apenas uma instrução ao Plenário. Independentemente do parecer da CCJ, o Plenário deverá decidir se autoriza ou não a abertura de processo no STF contra o presidente da República, por crime comum.
Delação
       Com base em gravações e em delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista – donos do grupo J&F, que controla o frigorÃfico JBS e outras empresas –, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Temer ao STF por crime de corrupção passiva.
       Em pronunciamento na terça-feira (27), Temer afirmou que a peça apresentada por Janot carece de fundamento jurÃdico e que sofre um ataque “injurioso, indigno e infamante†à sua dignidade pessoal.






