
         Longo é o caminho de recuperação da dependência em drogas (licitas ou não), ou mesmo alcançar a superação de problemas emocionais como depressão, neurose e ansiedade. Qualquer pessoa que tenha experimentado o horror, confusão e dor de ter um membro da famÃlia que é viciado em drogas sabe o que significa sentir-se fora de controle. Por conta disso, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), irá contar por meio de cinco reportagens as histórias de superação de pessoas que foram auxiliadas pelo Núcleo Núcleo Psicossocial Forense (NUPS) localizado no Juizado Especial Criminal Unificado da Capital (Jecrim).Â
Há poucos dias da comemoração que homenageia a mães, Dona Ângela, terá o que comemorar, depois de seguir por um longo caminho de lutas e sofrimento por mais de 13 anos. Tudo isso porque pôde contar com uma porta aberta no Núcleo Psicossocial Forense do programa Justiça Terapêutica do Poder Judiciário de Mato Grosso.
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O hábito foi adquirido depois de inúmeras noites sem dormir, esperando o retorno da filha que na época tinha 15 anos. “Eu trancava aporta e ela pulava a janela. Quantas noites dormi com a chave debaixo do meu travesseiro? Quantas vezes procurei por algum sinal de vida da minha filha nas praças e nos becos da cidade? Essa não é uma tarefa fácil, foi complicado. Eu preciso dar uma respirada, pois esse assunto é muito difÃcilâ€, narra dona Ângela de pois de algumas pausas e freios na respiração. O olhar perdido é uma metáfora que parece ver aquilo que por anos, aconteceu.
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A história
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A distância da filha, o comportamento diferente, o cheiro e as atitudes foram os indÃcios de que algo estava errado. “Mesmo cega percebia o jeito de ela andar hesitante. O comportamento mudou, a respiração era diferente, ficava o dia todo dormindo; Não conseguia dormir à noite e ficava acordada andando e indo beber água, inquieta. Algumas pessoas na rua me falavam que ela estava fumando cigarro. Eu questionava com ela e sempre me negava. A partir dai fiquei reparando nela, o jeito que ela saia de casa e depois como ela voltavaâ€.
Numa dessas incursões ao quarto da filha, dona Ângela, encontrou um embrulho escondido nas coisas da filha. Sem saber ainda do que se tratava foi à procura de informações com vizinhos e amigos. “Foi até que um dia mostrei a um familiar o papelote. Foi então que ela me disse que era droga. Meu chão desabou. Eu não sabia o que fazerâ€, ponderou.
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A caminhada contra as drogas
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Brigas, mentiras, roubos e desconfiança aumenta e transformam as vidas de mãe e filha. “Eu não abraçava minha filha, não tinham mais o contato com ela. Ela sumia por dias, ou fica o tempo todo dormindo. Um dia saÃmos juntos e lá no Centro ela me deixou sozinha. Foi procurar as amigas (que não eram nada amigas). Eu cega ali sozinha. Ai acontecem, coisas incrÃveis, quando nós perdemos um sentido desenvolvemos outros. Ouvi uma pessoa passando na rua e falando que tinha ido no Fórum para pedir ajuda para a filha que estava usando droga. Eu chamei a mulher e perguntei mais sobre isso e a pessoa me informouâ€, comentou.
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Portas abertas e muito amor
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Um abraço, um café e palavras amigas era tudo isso que Liz (nome fictÃcio) precisava para tomar sua decisão final. “Teve uma ocasião que morreu um parente e nós fomos ao velório. Lá um tio da Liz veio e deu um abraço apertado nela. Quanto chegamos em casa ela virou e me disse: ‘nossa minha famÃlia me ama e me quer bem’â€, contou dona Ângela.
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A nova vida que vem para salvar
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A redenção
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No passado brigas, desconfiança, medo. Hoje amor, carinho e atenção. Essa é a realidade da famÃlia que se reestruturou – Liz iniciou o curso de assistência social e está trabalhando como camareira. “Quero poder falar com pessoas que passaram por coisas que eu passei. Tentar salvar mães, vidas e sonhos que um dia quase perdi para sempre para o mundo das drogasâ€, comentou Liz.Â
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Ulisses Lalio/Fotos: Tony Ribeiro (F5)
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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