Essa informação consta no depoimento prestado pelo ex-governador Silval Barbosa em acordo de delação premiada ao Ministério Público Federal. O sigilo do documento foi quebrado pelo ministro Luiz Fux nesta sexta-feira (25).

De acordo com Silval, em 2008, antes do período da campanha eleitoral, Blairo Maggi e Mauro Mendes conversaram com ele para que o PMDB deixasse de apoiar a candidatura de Wilson Santos e fizesse parte da chapa encabeçada por Mendes.

O ex-governador discutiu o assunto com Carlos Bezerra que teria pedido R$ 4 milhões para que o partido pudesse apoiar Mendes. A dupla teria aceitado a condição.

Maggi, determinou para que Eder Moraes, então secretário de Fazenda, arrumasse esse montante. Eder procurou Silval, que o apresentou para o empresário Junior Mendonça.

O ex-governador teria conversado com Junior acerca do empréstimo de R$ 4 milhões que Blairo havia pedido, tendo Junior conseguido R$ 3,3 milhões. O empresário exigiu que Barbosa assinasse uma nota promissória para garantir o retorno.

O restante do valor R$ 700 mil Junior não tinha naquele momento, então Barbosa procurou Tergivan e Fernando Garuchi, sócios de uma factoring em Cuiabá.

Silval teria dito para Tervigan que Junior Mendonça precisava de R$ 700 mil, sendo que ele pagaria logo em seguida. Então Tervigan emprestou o valor.

Um ano depois, a dívida ainda não havia sido quitada pelo Governo com o empresário.

Junior Mendonça começou a cobrar Silval que procurou Eder para conversar sobre a dívida. O secretário de Fazenda respondeu que estaria procurando uma solução para sanar a dívida.

Eder devolveria o dinheiro a Junior Mendonça através do pagamento de um precatório da empresa Hidrapar, sendo que o responsável pela empresa em efetuar o retorno seria Alex Tocantins e seu irmão.

O ex-governador recordou um encontro com Alex no seu gabinete na vice-governadoria. Nesta reunião ele tratou com Alex acerca da devolução de propina para Junior Mendonça visando quitar a dívida. O valor de R$ 9,5 milhões foi repassado para o empresário.

Depois, Eder procurou o Junior para acertar uma “conta corrente”.

Avalista

Silval recordou também que foi avalista de um empréstimo efetuado pelo prefeito Mauro Mendes com Junior Mendonça, no valor aproximado de R$ 2,5 milhões para a campanha de 2008.

O ex-governador disse que assinou uma nota promissória junto com Mendes e Mauro Carvalho, chefe financeiro de campanha.

Silval não soube informar se Mauro Mendes havia quitado a dívida.