Em Mato Grosso duas escolas da rede estadual terão currículo adaptado ao período integral

                     Contempladas com o projeto referência “Educação Integral em Tempo Integral” da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc), as Escolas Estaduais Alfredo de Araújo Granja e Daury Riva instaladas em Arenápolis e Juara, respectivamente, estão se preparando para o início do ano letivo. As unidades, que atendem alunos do Ensino Fundamental, estão reorganizando os espaços e conteúdo curriculares para oferecer, além de uma educação de qualidade no turno regular, oficinas pedagógicas no turno inverso, acolhendo os estudantes de forma completa.

                    Em Arenápolis, a EE Alfredo de Araújo Granja atenderá em 2016 cerca de 240 alunos, no 1º Ciclo (1ª, 2ª e 3ª fases) e 2º Ciclo (1ª e 2ª fases). “Estamos nos organizando desde 2014 para a mudança e agora o projeto está tomando forma. Sabemos que há muito a ser feito, restruturação dos espaços e a formação dos profissionais da unidade que irão trabalhar com esse formato de escola”, comenta o diretor Olair da Cunha.

             De acordo ele, a comunidade escolar foi informada e chamada para discutir o sistema de ensino, e abraçou a ideia, já que era um desejo antigo. “Diversas vezes estivemos na Seduc solicitando a implantação do projeto, e graças ao atual governo esse momento chegou”, comenta o diretor, que é graduado em História e pós-graduado em Metodologia da História para o Ensino Fundamental e Médio, e em Gestão Escolar.

              Em Juara, com a adequação da matriz, a EE Daury Riva contará com 12 turmas, do 1º ao 9º Anos, além de sala de recurso, com o total de 281 estudantes. “Desde que foi transferida para imóvel próprio, em 2012, a demanda foi reduzindo. Com o intuito de sanar o problema inerente à baixa demanda, a comunidade escolar aceitou a proposta de tempo integral”, explica a recém-eleita diretora Isabel Cristina Araújo, pedagoga e bacharel em Direito, que está cursando especialização em Gestão Escolar.

           “A expectativa, principalmente por parte dos alunos e pais, é grande. Temos consciência de que devemos apresentar resultados para a comunidade escolar, que há cerca de dois anos fomenta o desejo de uma escola que ofertasse mais do que a base comum, isso porque a maioria das famílias não têm poder aquisitivo para proporcionar aos filhos cursos de aperfeiçoamento, de artes, esportes, material pedagógico e instrumentos que possam contribuir e assegurar o aprendizado”, menciona Isabel.

            Os educadores concordam que escola em período integral só faz sentido se torna o aprendizado significativo, com o aluno como seu coautor, permite um aprofundamento no conhecimento, ampliação do olhar, e a valorização das diversas áreas que fazem parte da formação do aluno e do trabalho com as competências tanto sociais quanto intelectuais. “Não basta aumentar o tempo do aluno na escola. Ter mais tempo exige ter mais planejamento pedagógico para aproveitar de forma mais transversal esse período”, frisa Cunha.

Desafios

        Os gestores apontam algumas questões que ainda precisam ser resolvidas, como a reestruturação dos espaços existentes como os banheiros, construção de vestiários e de refeitórios maiores para atender com mais qualidade aos alunos. “A ampliação da jornada escolar e a diversificação das atividades demandam outros espaços de trabalho para professores e alunos”, frisa Cunha.

          Além disso, ele alerta para a necessidade de continuidade da ampliação da jornada escolar para crianças que saem do 5º ano e vão para uma escola em tempo parcial. “É preciso articulação entre as redes municipal e estadual de ensino para ofertar aos alunos a continuidade da educação integral”.

           Para Isabel é necessário o apoio incondicional da Seduc no que diz respeito à elucidação das dúvidas que venham a surgir, garantia de condições favoráveis à estadia e permanência dos alunos na escola, com a construção, melhoria e adequação dos ambientes.

          O secretário adjunto de Política Educacional da Seduc, Gilberto Fraga de Melo, garante que a instituição dará todo o apoio necessário aos gestores e às escolas. “Devemos fazer significativas adequações na estrutura física das unidades para criarmos um ambiente favorável ao aluno”, disse, Fraga, ressaltando que a escola precisa ser atrativa e agradável ao estudante.

Ensino Médio

              Outras quatro unidades escolares da rede estadual, que atendem ao Ensino Médio, passarão a contar em regime integral. Em Cuiabá, José de Mesquita e Antônio Epaminondas, e em Rondonópolis, Pindorama e André Maggi.