
“Queridos pais de Janúba que perderam suas crianças, os seus filhos são teu solos, teu ar, teu sentido de vida, eles são insubstituÃveis e inesquecÃveis. Perde-los é como perder a razão de viverâ€, disse em trecho da gravação.
Na última quinta-feira (05), um vigia que trabalhava na instituição de ensino fundamental, entrou no local e ateou fogo em praticamente todos que estavam dentro da unidade e nele mesmo. Foram mais de 10 mortes contabilizadas até o momento e centenas de pessoas feridas que estão internadas em estado grave. Uma professora, Alessandra, foi enterrada sob fortes aplausos. Mesmo completamente “dilaceradaâ€, ela retornou para tentar retirar as demais vÃtimas do ataque e acabou morta com 90% do corpo queimado.
Augusto conta que a tragédia se refletiu em uma história vivenciada por sua famÃlia com final trágico, onde teve a perda de dois sobrinhos vÃtimas de um acidente fatal.
“Estou enviando essa mensagem não como psiquiatra em primeiro lugar e nem como escritor, mas como ser humano. Também há quinze anos passamos por uma experiência semelhante à essa. O meu irmão mais novo tinha duas crianças de 4 e 6 anos, e a sua esposa após fazer uma viagem acidentou-se, o carro pegou fogo e ele perdeu esses dois filhosâ€, narra ao lembrar da história.
O escrito cita que os entes eram considerados como filhos e perdê-los trouxe uma “dor indecifrávelâ€.
“Essas crianças não eram como dois sobrinhos para mim, eram como meus filhos porque eu os beijava todos os dias. É uma dor indescritÃvel e indecifrável, mas eu aprendi algo que quero passar para vocês. Fiz mais de vinte mil atendimentos psiquiátricos e terapêuticos, não apenas como pesquisador da psicologia, mas em destaque como ser humano. A melhor maneira de você aliviar a dor é gritar no silêncio da nossa mente dizendo: ‘por amor a você meu filho, eu vou ser mais feliz, todos os dias darei o melhor de mimâ€, aconselha o especialista em terapia da mentalidade.
O autor de vários livros recordes de vendas explica sobre os efeitos das atrocidades, mas reflete quanto a importância de saber lidar com a “saudadeâ€.
“Se nós nos autodestruirmos através da perda, se nós nos dilaceramos, se todos os dias em nossa mente nos eternizamos esse luto nós não conseguimos resolver a dor, a saudade nunca será resolvida, mas a dor tem de ser ouvida porque há pessoas que de nós e precisamos resgatar a nossa saúde emocionalâ€, solidariza.
Ao final da mensagem, Cury chega a dizer que encaminhou livros para as famÃlias de Minas Gerais, na intenção de amenizar o momento incomparável.
“Estou enviando alguns livros para vocês inclusive o ‘Mestre do Amor’ que fala sobre as seis horas de Cristo na Cruz, sob os ângulos da psiquiatria e da psicologia. Esse livro me levou as lágrimas. Estou também enviando outros livros para os pais que estão com seus filhos nos hospitais. Por favor, vocês que estão nessa situação leve-os a acreditar na vida depois de superar o risco de vidaâ€, finaliza o autor.
Na madrugada desta segunda-feira (09) faleceu mais uma criança vÃtima da atrocidade, Mateus Felipe Rocha Santos, de 5 anos, subindo para 11 o número de mortes no Estado. Ele estava internado em Belo Horizonte (BH) e não resistiu aos ferimentos gravÃssimos.