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*José Paulo Graciotti  Â
        Antes de começar a discutir a crise, recessão ou o mercado, cabe uma reflexão sobre o histórico recente dos escritórios de advocacia corporativos e seu modelo de organização e gestão.
             Faz quase 30 anos que faço e me dedico ao estudo da gestão de escritórios de advocacia e posso afirmar, com certeza, que o modus operandi dos chamados escritórios corporativos “fullservice†é o mesmo desde então. Esses escritórios foram criados no Brasil à imagem e semelhança do modelo americano dos lá chamados de “big lawâ€, que tem um forma de comportamento praticamente padrão, ou seja, mantinham e atualizavam anualmente suas tabelas de taxas horárias por tipo de advogado (basicamente tempo de formado); faziam suas propostas baseadas em estimativas de horas e repassavam aos clientes todas despesas incorridas para execução do trabalhos e pouco se preocupavam com produtividade, eficiência ou eficácia… até 2008, quando a crise chegou por lá!
          Minha experiência mostra que nesse mercado temos um “gap†de cerca de 5 a 10 anos em relação ao que acontece nos EUA e que acaba acontecendo aqui no Brasil. Me refiro especificamente à s mudanças tecnológicas, de gestão e comportamento de clientes e não à s crises econômicas que têm causas, tempos e perÃodos diferentes (aqui e lá) mas as suas consequências são parecidas.
         Neste aspecto devemos aproveitar esse “gap†e aprender com experiência vivida pelos escritórios americanos na sua crise e tirar o que de positivo foi feito por aqueles que a superaram, obviamente adaptando à realidade brasileira.
        Voltando à forma de gestão dos nossos escritórios corporativos “fullserviceâ€, cito apenas a tÃtulo de curiosidade que, quando comecei a trabalhar em escritórios (década de 80), praticamente não havia competição e existiam praticamente dois “grandes†escritórios nesse modelo e que se davam ao luxo de escolher clientes e dividi-los em função de algum conflito de interesses.
         De lá para cá, as coisas (o mercado e o mundo) mudaram e muito, mas o “modelito†continua o mesmo!
O que, então os escritórios devem fazer?
Alguns pontos (que podem parecer óbvios) devem ser adaptados à especificidade de cada escritório:
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Estreitar relacionamento com clientes. Lembrar sempre que escritório de advocacia é prestador de serviços e o diferencial deve ser o atendimento.
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Adotar postura inovadora e de assunção de riscos.
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Investir (pesadamente) em tecnologia e estrutura de back-office.
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Ter polÃticas claras de atração e retenção de talentos.
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Criar estrutura sistemática e profissional de precificação.
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Estudar e apresentar formas alternativas de cobrança de honorários.
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Estudar formas de remuneração de seus colabores que incentive a produtividade.
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Adotar a filosofia / conceito de gestão de seu conhecimento na organização (novamente cabe um livro sobre o assunto).
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Repensar a estrutura de remuneração de sócios (a ajustar as expectativas em relação à realidade e a outros mercados).
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Adotar uma gestão profissional de sua organização.
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Reavaliar sua estrutura de custos (não com o objetivo simples de cortar custos e sim de fazer mais com menos !).






