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ESQUEMA DE ESTELIONATO DIGITAL: Influenciadores e empresários são alvos de operação da Polícia Federal nesta terça-feira

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Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal deflagrou a Operação Opções Binárias com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de utilizar plataformas de opções binárias e casas de apostas on-line irregulares para a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. O grupo é investigado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital, que somam R$ 50 milhões.

Ao todo, estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, sendo 11 em residências localizadas nos municípios de São Fidélis/RJ (4), Rio de Janeiro (Barra da Tijuca e Recreio), Goiânia/GO, Manaus/AM, Campos dos Goytacazes/RJ, Santana do Parnaíba/SP e Barra do Bugres/MT. Outros dois mandados são cumpridos em empresas com sede em São Fidélis, no interior do Rio de Janeiro.

A Justiça também determinou a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão contra quatro investigados, que incluem a proibição de exercer atividades econômicas ligadas a plataformas de investimentos, jogos e apostas, restrição de deslocamento para fora do município de residência, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, além do uso de tornozeleira eletrônica.

Além disso, houve determinação de sequestro de veículos, valores depositados em contas bancárias e aplicações financeiras. As medidas patrimoniais atingem ainda outras três pessoas jurídicas investigadas, sendo que duas delas tiveram as atividades suspensas.

Investigações

As investigações tiveram início a partir de informações sobre o suposto enriquecimento ilícito de influenciadores digitais residentes em São Fidélis/RJ. A apuração identificou a atuação coordenada de influenciadores, um empresário e contatos estrangeiros, principalmente de origem chinesa, envolvidos em crimes praticados por meio digital.

Segundo a Polícia Federal, o grupo atuava em três frentes principais. Na primeira, cidadãos chineses forneciam serviços de manipulação de plataformas de opções binárias, que eram adquiridos por investigados e revendidos a terceiros com promessas de ganhos elevados e irreais.

Na segunda frente, parte dos envolvidos contratava influenciadores digitais para promover plataformas de apostas e opções binárias, prevendo em contrato que os influenciadores lucrariam com base nas perdas dos apostadores por eles captados.

Já a terceira vertente consistia na criação de uma plataforma própria de opções binárias, utilizada para atrair clientes. De acordo com a investigação, o grupo adotava práticas fraudulentas, como bloqueio de contas e impedimento de saques quando os usuários obtinham ganhos nas operações.

Valores milionários

As apurações apontam que, em aproximadamente dois anos, um dos investigados movimentou sozinho mais de R$ 28,3 milhões sem lastro financeiro comprovado. A estimativa é de que a organização criminosa tenha captado mais de R$ 50 milhões de forma ilegal durante o período investigado.

A Polícia Federal também identificou que alguns integrantes do grupo já possuíam envolvimento anterior com a administração de casas de apostas on-line sem regulação, antes mesmo do esquema relacionado às plataformas de opções binárias.

Sobre as opções binárias

As opções binárias são plataformas on-line em que o usuário aposta na valorização ou desvalorização de ativos financeiros em curtíssimo prazo, sem a aquisição efetiva desses ativos. Trata-se de uma operação de alto risco, com características semelhantes a jogos de azar. No Brasil, essa atividade não é regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que significa ausência de proteção ao investidor em casos de fraude ou prejuízo.

Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital.

Da redação FC / Com Assessoria