Início CIDADANIA Fechamento de fronteira com a Venezuela paralisa comércio em Pacaraima SocialCIDADANIAGeralMUNDO Fechamento de fronteira com a Venezuela paralisa comércio em Pacaraima Por Folha de Colíder - 8 de março de 2019 145 0 FacebookTwitterPinterestWhatsApp REUTERS/Marco Bello AgBr     O fechamento da fronteira com o Brasil determinada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no dia 21 de fevereiro, está impactando a economia de Pacaraima (RR), cujo o comércio atende a população do sudeste do paÃs vizinho, em especial de Santa Elena de Uairén, a 17 quilômetros de distância.       O empresário Fabiano Coelho de Moraes, dono de um laboratório clÃnico e de uma farmácia em Pacaraima relatou à  Agência Brasil que já demitiu duas pessoas por causa da baixa procura no comércio. “A situação é a mais crÃtica. Do nada, cortaram tudo. Há muito estoque de mercadoria e o pagamento dos boletos dos fornecedores estão em atraso. Não temos como pagarâ€, contou, ao assinalar que a situação de supermercados e vendas com produtos perecÃveis é ainda mais crÃtica.       Os comerciantes e a população de Pacaraima também perderam acesso aos postos de combustÃveis na Venezuela. Não há postos na cidade fronteiriça brasileira e para conseguir abastecer diretamente o carro precisam ir até a capital Boa Vista, a 215 quilômetros. O preço do combustÃvel vendido em toneis em Pacaraima chega a R$ 8 o litro, cinco vezes mais caro do que o valor pago na Venezuela (R$ 1,5).       Apesar do fechamento da fronteira, alguns venezuelanos conseguem atravessar a fronteira dos dois paÃses por dois caminhos menos fiscalizados pela polÃcia venezuelana para se abastecer e retornar ao paÃs. Mas há um contingente que não tem meios de voltar e acaba sendo atendido pela Operação Acolhida, do Exército brasileiro e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).      Na cidade, cerca de 700 venezuelanos dormem em dois abrigos da Acnur e há mais de mil pessoas nas ruas. A presidente da Associação Cultural Canarinhos da Amazônia, que atende a 238 famÃlias (80 crianças) reconhece o trabalho do Exército e da Acnur, mas assinala que a distância da cidade, no extremo norte do Brasil, e a proximidade com a Venezuela em conflito polÃtico e em situação social precária é muito preocupante. “Estamos ilhados aqui. O Brasil precisa nos ver com outro olharâ€.       De acordo com o IBGE, 95% da renda de Pacaraima depende das transferências federais e do estado de Roraima. A população, estimada em 15 mil habitantes, tem renda per capita de R$ 13,5 mil ao ano – e salário médio mensal de 1,8 salário mÃnimo.       O Ministério das Relações Exteriores informou à  Agência Brasil que mesmo com a fronteira fechada com a Venezuela, o consulado em Santa Elena tem conseguido trazer brasileiros que procuram o serviço diplomático. Nos últimos dois dias, mais de 90 brasileiros conseguiram deixar a Venezuela e regressar pela divisa de Pacaraima graças ao Itamaraty.
      O empresário Fabiano Coelho de Moraes, dono de um laboratório clÃnico e de uma farmácia em Pacaraima relatou à  Agência Brasil que já demitiu duas pessoas por causa da baixa procura no comércio. “A situação é a mais crÃtica. Do nada, cortaram tudo. Há muito estoque de mercadoria e o pagamento dos boletos dos fornecedores estão em atraso. Não temos como pagarâ€, contou, ao assinalar que a situação de supermercados e vendas com produtos perecÃveis é ainda mais crÃtica.       Os comerciantes e a população de Pacaraima também perderam acesso aos postos de combustÃveis na Venezuela. Não há postos na cidade fronteiriça brasileira e para conseguir abastecer diretamente o carro precisam ir até a capital Boa Vista, a 215 quilômetros. O preço do combustÃvel vendido em toneis em Pacaraima chega a R$ 8 o litro, cinco vezes mais caro do que o valor pago na Venezuela (R$ 1,5).       Apesar do fechamento da fronteira, alguns venezuelanos conseguem atravessar a fronteira dos dois paÃses por dois caminhos menos fiscalizados pela polÃcia venezuelana para se abastecer e retornar ao paÃs. Mas há um contingente que não tem meios de voltar e acaba sendo atendido pela Operação Acolhida, do Exército brasileiro e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).      Na cidade, cerca de 700 venezuelanos dormem em dois abrigos da Acnur e há mais de mil pessoas nas ruas. A presidente da Associação Cultural Canarinhos da Amazônia, que atende a 238 famÃlias (80 crianças) reconhece o trabalho do Exército e da Acnur, mas assinala que a distância da cidade, no extremo norte do Brasil, e a proximidade com a Venezuela em conflito polÃtico e em situação social precária é muito preocupante. “Estamos ilhados aqui. O Brasil precisa nos ver com outro olharâ€.       De acordo com o IBGE, 95% da renda de Pacaraima depende das transferências federais e do estado de Roraima. A população, estimada em 15 mil habitantes, tem renda per capita de R$ 13,5 mil ao ano – e salário médio mensal de 1,8 salário mÃnimo.       O Ministério das Relações Exteriores informou à  Agência Brasil que mesmo com a fronteira fechada com a Venezuela, o consulado em Santa Elena tem conseguido trazer brasileiros que procuram o serviço diplomático. Nos últimos dois dias, mais de 90 brasileiros conseguiram deixar a Venezuela e regressar pela divisa de Pacaraima graças ao Itamaraty.