Início Policial Grupo comandado por Silval Barbosa ameaçava empresário e planejava queima de arquivo

Grupo comandado por Silval Barbosa ameaçava empresário e planejava queima de arquivo

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hipernoticia / Por: MAX AGUIAR

Silval Barbosa - Pedro Nadaf - Marcel Cursi

 

  Trio intimidava, cercava, ameaçava, diz delator em documento assinado por juíza

             No decorrer das investigações e a partir do momento em que o grupo criminoso percebeu que estava na mira da polícia e do Ministério Público Estadual, várias ameaças veladas e explícitas foram feitas, conforme citação nos autos do processo. O primeiro ameaçado foi o delator do esquema dos incentivos fiscais, o empresário João Batista Rosa. Já o segundo caso vai além e inclui um suposto plano de morte contra o ex-chefe de gabinete do governador Silval Barbosa, Silvio Cézar, caso ele “contasse demais”.

          Na decisão que decretou as prisões de Silval e dos ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, a juíza Selma Arruda deixa claro que há fortes indícios de que a organização criminosa comandada pelo ex-governador Silval Barbosa tentava impedir que as fraudes fossem descobertas.

         A primeira intimidação era política, já que o ex-governador queria blindar a organização e ocultar seus crimes. Na delação premiada feita pelo empresário João Batista Rosa, constam investidas de alguns investigados. O grupo liderado por Silval Barbosa teria cercado, intimidado e sufocado o empresário por diversas vezes via WhatsApp e pessoalmente.

         “O delator encontra-se temeroso pela sua segurança e de seus familiares, inclusive porque, além das mensagens materializadas nos autos, foi abordado por terceiras pessoas que lhes transmitiram vários ‘recados’ dos membros do bando criminoso”, diz trecho do documento.

            Uma dessas pessoas chegou a ir até a casa de João Batista Rosa para, simplesmente, lhe avisar que seu telefone estaria “grampeado”. Em outro contexto, a organização criminosa fez questão de cientificar o delator que já sabia que o mesmo estaria negociando uma delação premiada, na clara intenção de demonstrar seu poder de obter informações sigilosas e intimidar o empresário.

             Há também notícias de que o empresário foi insistentemente abordado por terceiros, que tentaram organizar uma reunião entre Nadaf, de Cursi e João Rosa. O delator contou ao Ministério Público que inclusive foi abordado na rua por Pedro Nadaf para ser intimidado.

           Já o segundo caso, que chama mais atenção, principalmente do Setor de Inteligência da Polícia Civil, envolve o ex-chefe de gabinete do governo Silval Barbosa, que denunciou, durante seu depoimento, que foi ameaçado de morte caso contasse demais.

        Silvio está sob custódia da Justiça, monitorado por tornozeleira eletrônica devido à prisão na Operação Ouro de Tolo, deflagrada pelo Gaeco em agosto deste ano. Porém, já prevendo ser intimado pela Justiça para depor na Operação Sodoma, Silvio Cesar disse que recebeu ligações e intimidações do grupo. O caso foi confirmado por uma fonte do HiperNotícias, que acompanhou todo o depoimento.

          A provável queima de arquivo não aconteceu devido à ação rápida da polícia, que deflagrou nesta semana a Operação Sodoma. Silvio foi intimado a depor e contar o que sabia, principalmente por ser um dos homens de confiança de Silval durante seus mais de quatro anos de governo.

           Todos os casos estão sendo apreciados pela delegada Cleibe Aparecida, responsável pelas investigações da Operação Sodoma. Por enquanto, Silval Barbosa, Marcel de Cursi e Pedro Nadaf estão presos em Cuiabá por fraudar a concessão de incentivos fiscais durante quatro anos. Eles extorquiam empresários que necessitavam receber incentivos fiscais para manter suas empresas em Mato Grosso. Por enquanto, 15 empresas estão sendo investigadas.