
Técnica que usa líquido amniótico para criar “miniórgãos” é inovadora e pode ajudar na identificação de doenças congênitas no feto
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi

Cientistas de diversos países realizaram um feito inédito. Eles usaram células do líquido amniótico, que envolve o embrião no útero da mãe, para desenvolver “miniórgãos” em laboratório. O processo permite a criação de rins, intestinos e até pulmões. O objetivo é identificar possíveis doenças congênitas no feto, o que possibilitaria o diagnóstico e o tratamento precoce.

Desenvolvimento de “miniórgãos”
Os pesquisadores realizaram análises com 12 gestantes. As mulheres realizaram um exame pré-natal, conhecido como amniocentese. A partir disso, foi coletado o líquido amniótico entre a 16ª e a 34ª semana de gestação.
Como existem diferentes tipos de células, como células-tronco epiteliais e células do sistema imunológico, além de outros materiais, o líquido foi analisado em laboratório. Dessa forma, os cientistas filtraram as células-tronco epiteliais necessárias para a criação dos organoides, que foram transferidas para um novo recipiente, onde cresceram e se multiplicaram por 4 semanas
Ao final do experimento, os pesquisadores conseguiram desenvolver pequenos rins, pulmões e intestino, emulando os órgãos de fetos. Eles mediam até um milímetro de diâmetro. O estudo foi publicado na revista Nature Medicine

Técnica inovadora
- De acordo com os cientistas envolvidos na pesquisa, o processo realizado e mais simples do que as tradicionais técnicas para a criação de organoides.
- Isso porque não há necessidade de reprogramação ou manipulação das células.
- Além disso, ele é inovador, uma vez que não existia, até agora, uma forma de criar organoides a partir do material celular de fetos em desenvolvimento.
- A ideia dos pesquisadores agora é usar os miniórgãos para diagnosticar doenças congênitas.
- Ainda não há uma previsão de quando a técnica poderá ser utilizada em laboratórios médicos e ficar disponível para a população.
- Os cientistas afirmam que novos estudos são necessários antes desta etapa.
- As informações são da Nature.







