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Justiça manda bloquear site que vendia CPFs e endereços de brasileiros

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“Tudo Sobre Todos” alega usar base de dados pública para comercializar informações pessoais de cidadãos brasileiros

Rodrigo Mozelli

Pessoa digitando no teclado de um notebook com um cadeado holográfico pairando em cima
Pagamentos variam de centenas a milhares de reais (Imagem: Song_about_summer/Shutterstock)

Justiça Federal determinou o bloqueio do site “Tudo Sobre Todos”, acusado de comercializar dados pessoais de cidadãos brasileiros.

A decisão foi proferida pela 1ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, em uma ação pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Advocacia-Geral da União (AGU), que contou com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) como amicus curiae (entidade ou pessoa que não é parte em um processo judicial, mas intervém para fornecer informações ou subsídios técnicos e jurídicos relevantes).

Decisão da Justiça

Segundo a sentença, a venda de informações pessoais “afronta diretamente os direitos fundamentais à privacidade, à proteção de dados e à segurança dos consumidores”. O juiz responsável também ordenou que buscadores, como Google, Yahoo, Baidu e Bing, bloqueiem o acesso à página em seus resultados no Brasil, até o julgamento definitivo do caso.

Além disso, foi autorizada a expedição de pedido de cooperação internacional para que autoridades suecas avaliem a desativação definitiva do site. A página opera sob o domínio tudosobretodos.se, registrado na Suécia.

Escrito "LGPD" em fundo amarelo ao lado de um cadeado aberto com a bandeira do Brasil impressa
Segundo a Justiça, portal fere, além da Constituição, o Marco Civil da Internet e do Código de Defesa do Consumidor, a LGPD (Imagem: SkazovD/Shutterstock)

Por que a Justiça mandou bloquear o site?

  • A decisão destacou que o funcionamento do Tudo Sobre Todos infringe a Constituição Federal, o Marco Civil da Internet, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Código de Defesa do Consumidor (LGPD);
  • De acordo com a descrição do próprio site, o objetivo é reunir “dados da maior quantidade possível de fontes públicas” para “tornar mais fácil a localização de pessoas e empresas”. Entre as informações disponíveis em uma busca estão nome, endereço, CPF, perfis em redes sociais e até nomes de vizinhos;
  • O serviço é oferecido em pacotes mensais, que variam de R$ 299,90 a R$ 4.199,90. O plano básico permite até dez pesquisas mensais, enquanto o mais caro possibilita 100 mil consultas. O pagamento pode ser feito via Pix, bitcoin e outras criptomoedas;
  • Segundo as investigações, também é possível adquirir créditos para buscas a partir de cerca de R$ 30. Para impedir essa prática, o Mercado Livre foi notificado e deverá suspender a conta por meio da qual esses créditos vinham sendo comercializados.
Imagem ilustrativa mostra silhuetas de pessoas e logotipo do Google
Buscadores, como o Google, já receberam solicitação para tirar portal de seus motores de busca (Imagem: PhotoGranary02/Shutterstock)

Quem faz muitas tarefas ao mesmo tempo está mais sujeito a golpes

Se você é daquelas pessoas que faz várias tarefas ao mesmo tempo, seja em casa ou no trabalho, cuidado. Um estudo publicado no European Journal of Information Systems revelou que essa prática aumenta o risco de cair em phishing, um tipo de golpe comum na internet.

Isso porque, quando a pessoa divide a atenção entre várias atividades, diminui a probabilidade de identificar os sinais de um golpe.

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