
Médico alerta aos cuidados que grávidas devem tomar para evitar o zika vÃrus e microcefalia nos bebês
          Mato Grosso registrou seis novos casos de microcefalia entre os dias 30 de dezembro e 8 de janeiro de 2016, conforme apontou um levantamento do Centro de Informação Estratégica e Vigilância em Saúde (CIEVS), da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Com isso, já são 129 registros em 14 municÃpios.
         De acordo com a SES, uma das notificações recentes é de uma gestante de Cuiabá que passou por exames e o feto apresentou má formação cefálica. Já os outros foram registrados em Salto do Céu (2) e Rondonópolis (3).Â
     Com os novos registros, Rondonópolis passou a ter 69 casos suspeitos, incluindo quatro gestantes. A Capital tem dois casos de gestantes que relataram terem sido acometidas pelo zika vÃrus durante a gravidez e que tiveram a má formação dos fetos detectada por exames. Os outros registros foram em Alto Araguaia (1), Alto Garças (2), Cáceres (42), Itiquira (2), Jaciara (1), Jauru (1), Pedra Preta (2), Pontes e Lacerda (1), São José do Povo (2), Tesouro (1) e Peixoto de Azevedo (1).
        As estatÃsticas dos órgãos competentes apontam para a existência de uma epidemia no Brasil, principalmente na região Nordeste, como nunca houve antes em outros paÃses. Apesar de assustar alguns cidadãos, não é motivo para pânico, lembra o médico Marcelo Sandrin.
“O que a ciência está informando é que o zika vÃrus é transmitido pelo mosquito aedes aegypti, que também transmite dengue e chikungunya.
       No Hospital Santa Helena, nós ainda não verificamos nenhum caso de zika, mas, caso aconteça, a recomendação será a mesma do Ministério da Saúde, para evitar a proliferação do mosquito, principalmente nesse perÃodo chuvoso que estamos passandoâ€, observou.
       Sandrin recomenda que a gestação seja acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo médico, mesmo se a gestante não tiver os sintomas do zika vÃrus, justamente porque 80% das pessoas não manifestam os sintomas da doença.
        Por isso, é interessante que as grávidas não tenham nenhum contato com pessoas com febre ou infecções, além de adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos no local onde moram, como, por exemplo, a eliminação de criadores, mantendo portas e janelas fechadas e usando os repelentes indicados para gestantes.
       Grávida de 10 semanas, a gerente comercial Luciana Pereira Costa é uma das gestantes que tem redobrado os cuidados. Ter um filho é um sonho que nutriu ao longo dos nove anos de casamento. Ela chegou a fazer tratamento para engravidar e quando foi informada pelos noticiários de que o paÃs estava passando por uma epidemia de microcefalia, resolveu adiar a gravidez, sem saber que já tinha um bebê.
“Quando soube da gravidez foi muito difÃcil, porque eu sou uma pessoa muito organizada em tudo que eu faço. Após passar muitos nos noticiários, fiquei triste ao saber dos perigos. Gosto de estar grávida, mas queria passar por esse momento mais tranquila, não com tanta preocupação, porque você acaba perdendo a liberdade. Mas, se Deus escolheu esse momento para mim, tenho fé que tudo vai dar certoâ€, disse.
       Para evitar quaisquer problemas durante a gravidez, Luciana adotou uma nova rotina. Antes de sair pro trabalho, de segunda a sexta-feira, tem todo um ritual de preparação: vestir roupas compridas, passar repelente a cada três horas. Já em casa, mantém sempre as janelas e portas fechadas, como recomendam os especialistas.
“Dá um pouco de agonia algumas coisas, mas, nesse perÃodo, busco ficar sempre antenada nas notÃcias e cuidados que devo ter para que o bebê fique saudávelâ€, conta.Â
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 CASOS
Desde 22 de outubro de 2015, quando começou os casos de microcefalia começaram a chamar atenção do paÃs, até 9 de janeiro deste ano, já foram 3.530 registros em 724 municÃpios de 21 estados. Também estão em investigação 46 óbitos de bebês com microcefalia, possivelmente relacionados ao vÃrus zika, todos na região Nordeste do paÃs.
        Entre 4 de janeiro de 2015 e 2 de janeiro deste ano, quando foi emitido o último boletim epidemiológico, 1.815 amostras biológicas já haviam sido encaminhadas ao Laboratório Central de Mato Grosso (Lacen), para diagnóstico diferencial. Deste total, 14 deram resultado positivo: dois de Rondonópolis, um de Tesouro, cinco de Cuiabá, cinco de Várzea Grande e um de Vera. Atualmente, a circulação do zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas.
         Em novembro de 2015, o Ministério da Saúde emitiu nota confirmando a relação entre o zika virus e a microcefalia, após a realização de exames pelo Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA). Os exames foram realizados no sangue e em tecidos de um bebê do Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas, que indicaram a presença do vÃrus.Â
Por:Â RAYANE ALVES





