
Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Especialista conta com lealdade das Forças Armadas a Maduro
Por Monica Yanakiev – Repórter da Agência Brasil  Buenos Aires
       A oposição e o governo da Venezuela voltam a medir suas forças nas ruas, nesta quarta-feira (23), depois de duas semanas de crescente tensão. Ambos convocaram manifestações, no aniversário do golpe cÃvico-militar que derrotou a ditadura do general Marcos PérezJiménez, em 1958.
        Para o argentino Rosendo Fraga, especialista em estudos militares, não deve se confirmar a  expectativa da oposição venezuelana que deposita no crescente descontentamento dos militares com a crise a possibilidade de revolta nos quartéis e a queda do regime do presidente Nicolás Maduro.
        “Acho pouco provável que isso aconteçaâ€, disse o especialista à  Agência Brasil. “A Venezuela mudou. Deixou de ser um paÃs governado por um populista autoritário, que era o caso do ex-presidente Hugo Chávez, para virar um regime totalitário, ao estilo cubano. Com isso, as Forças Armadas deixaram de estar a serviço da nação, para estar a serviço do Partido Socialista da Venezuela.â€
Análise
Fraga lembrou que o regime comunista cubano resistiu a mais de meio século de boicote, imposto pelos Estados Unidos, à dissolução da União Soviética, seu principal aliado na Guerra Fria, e a sucessivas crises econômicas.
“A Venezuela, além de ter as maiores reservas mundiais de petróleo, conta com financiamento da China e da Rússiaâ€, disse. “Os Estados Unidos, o Brasil e os paÃses da região estão aumentando a pressão polÃtica, mas acho difÃcil que participem de uma intervenção militar até porque qualquer plano para derrubar Maduro vai requerer dinheiro para ajudar o novo governo a endireitar a economia, ajuda de alimentação e forças de paz.â€
No momento em que os Estados Unidos retiram suas tropas da SÃria, reduzindo a sua presença no Afeganistão, Fraga avalia como pouco provável que atuem militarmente na Venezuela.
Nova oposição
Os opositores têm como lÃder o jovem deputado Juan Guaidó, de 35 anos, do partido Vontade Popular – o mesmo de Leopoldo Lopez, que cumpre prisão domiciliar, acusado de ter incentivado a violência nos protestos de 2017, que resultaram na morte de mais de 120 pessoas.Â
Ontem (22), o ministro da Comunicação da Venezuela, Jorge RodrÃguez, sinalizou que Guaidó pode sofrer as mesmas represálias que Lopez. Ele responsabilizou os “terroristas da Vontade Popular” pela rebelião de 27 integrantes da Guarda Bolivariana (a policia militar venezuelana), na segunda-feira (21).
Segundo o ministro, os rebeldes – que foram detidos – roubaram armas para ajudar o partido opositor “a organizar atos de violência (na manifestação de hoje) e um eventual assalto ao Palácio (presidencial) de Mirafloresâ€.
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