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Menina de 11 anos estuprada pelo padrasto dá à luz no Paraguai

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Caso gerou polêmica internacional; autoridades proibiram aborto.
Lei paraguaia proíbe interromper gravidez, salvo quando mãe corre risco.

 criança grávida

imagem divulgação

Do G1, em São Paulo

                      Uma menina de 11 anos que foi estuprada por seu padrasto deu à luz depois que as autoridades do Paraguai rejeitaram a interrupção da gravidez, apesar da pressão internacional.

                     O caso provocou comoção em todo o mundo, com o pedido de várias organizações humanitárias que argumentavam que a vida da menina, que tem 1,39 m e pesava 34 kg no início da gravidez, corre risco.

               Também gerou um intenso debate na sociedade paraguaia entre os defensores do aborto “pelo estupro” e os contrários à interrupção da gravidez – num país cuja Constituição proíbe o procedimento, salvo em casos de risco de morte para a mãe.

                 Contudo, o governo, a Justiça e a Igreja Católica e outros grupos civis expressaram sua forte oposição ao aborto, evocando, entre outras razões, o estado avançado da gravidez.

                   A menina de 10 anos, grávida após o estupro de seu padrasto, ficou sob a proteção de um hospital e sob a supervisão de médicos, psicólogos e psiquiatras e sob observação do ministério da Saúde.

                 O padrasto, Gilberto Zarate Benitez, 42 anos, foi declarado foragido da justiça e a mãe da menina está detida no presídio feminino, acusada de obstrução da investigação judicial por tentar esconder o parceiro.

A menor compartilhava uma ala reservada a meninas-mães com outras cinco adolescentes, de 13, 14 e 16 anos, que esperam ou já tiveram seu bebê.

Recentemente, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) manifestou sua preocupação com a vulnerabilidade das meninas paraguaias que sofrem abuso sexual.

“No Paraguai, todos os dias duas meninas com idades entre 10 e 14 anos dão à luz. Estes casos resultam de abuso sexual e, na maioria das situações, de abuso sexual repetido pelo qual as vítimas não receberam a devida proteção”, afirmou à AFP Andrea Cid, responsável pela proteção de crianças do Unicef.

A especialista revelou que cerca de 650 meninas com idades entre 10 e 14 deram à luz em 2014 e outras 20.000 jovens com idades compreendidas entre 15 e 19 enfrentaram gravidezes no mesmo período.