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Nove mil servidores da Capital e do interior trancam a Avenida do CPA em protesto pela RGA

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Por: JESSICA BACHEGA

                               Manifestantes da Capital e do interior de Mato Grosso uniram forças para pressionar o governo para que seja paga a Revisão Geral Anual (RGA) de 11,28%, referente à inflação de 2015. O ato da tarde desta terça-feira (14) contou com aproximadamente nove mil servidores, das 29 categorias em greve, como informou a Polícia Militar.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

manifesto do rga ja

 

Concentrados em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) com trios elétricos, tambores, apitos e camisetas de cada sindicato, os servidores seguiram em passeata pela avenida do CPA, passando pelo viaduto da Sefaz, Assembleia Legislativa (ALMT) e se concentrando novamente em frente à Secretaria de Gestão (Seges), onde alguns grevistas permanecem acampados há dias.

 

“A proposta que o governo apresentou é indecente”, disse a pedagoga Elza Rosaria Duarte, que veio de Poconé (102 km de Cuiabá) para participar da manifestação. “Se houver a privatização haverá grandes prejuízos para os alunos e professores. A única forma que temos de conseguir algo do governo é fazendo greve, mesmo que a gente não queira”, completou.

 

Mais cedo, o Fórum Sindical encaminhou oficio ao governo, rejeitando a proposta apresentada na última sexta-feira (10) para o pagamento da RGA. De acordo com a oferta, o governo pagaria a revisão em três parcelas de 2% nos meses de setembro, janeiro e abril, totalizando 6%. Os 5,28% restantes seriam condicionados ao orçamento do Estado e à diminuição dos gastos com a folha de pagamento, que não pode ultrapassar os 49%, como determina a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

 

 

Ainda nesta terça-feira, o governo apresentou a minuta de uma lei que formaliza a proposta anterior e estipula uma data para o pagamento do retroativo da RGA. O documento ainda deve ser analisado pelo Fórum Sindical. Conforme o secretário de Gestão, Júlio Modesto, o projeto de lei tem o intuito de dar segurança aos grevistas, determinando que os 5,28% serão pagos no próximo ano, em duas parcelas, uma em maio e a outra em setembro de 2017. 

 

“Nós só vamos arredar pé quando pagar 100% da RGA. Já temos que discutir a RGA de 2017 e a pauta está trancada na Assembleia”, disse o sindicalista Oscarlino Alves, presidente do Sindicato dos Servidores de Saúde e Meio Ambiente (Sisma), lembrando ainda que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 — em tramitação na Assembleia — prevê o pagamento de 7,5% de RGA.

 

Com faixas cobrando o pagamento, palavras de ordem como “Ocupa e resiste” e até um rasqueado que dizia em seu refrão “Ah, quero meu RGA e o governo não quer pagar”, os manifestantes seguiram até seu ponto de concentração.