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Jonas Valente – Repórter da AgenciaBrasil
       Desde julho de 2017 já foram registradas 20 mortes por febre amarela no Brasil. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde em entrevista coletiva hoje (16). O último boletim epidemiológico, atualizado no dia 8 deste mês, mencionava quatro vÃtimas da doença. Ou seja, os óbitos registrados aumentaram cinco vezes. Os números foram apresentados pelo ministro interino da Saúde, Antônio Carlos Nardi.

O ministro interino, Antônio Nardi, atualiza os casos de febre amarela no paÃsÂ
Quando considerados os casos confirmados, o crescimento entre o boletim anterior e o atual também é representativo. No comunicado do dia 8, havia 11 registros. No documento desta terça-feira, o número saltou para 35, uma ampliação de 320%. Os incidentes ocorreram em matas, não havendo notificação até agora em áreas urbanas. Entre julho de 2016 e janeiro de 2017, houve 271 casos e 99 mortes, em um perÃodo marcado por um surto da doença.
O número de casos confirmados ainda pode aumentar, pois há 145 episódios em investigação por equipes de secretarias de Saúde. Entre julho de 2017 e janeiro deste ano foram notificados 470 casos suspeitos. Deste total, 290 já foram descartados. Questionados na entrevista coletiva hoje (16), os representantes do Ministério da Saúde evitaram falar em “surtoâ€, mas classificaram o fenômeno de um “aumento de incidência da doençaâ€.A situação é mais grave nos estados de São Paulo (20 casos e 11 mortes), Minas Gerais (11 casos e 7 mortes), Rio de Janeiro (3 casos e 1 morte) e DF (1 caso e 1 morte). Em razão do aumento dos casos, a Organização Mundial da Saúde classificou hoje o conjunto do estado de São Paulo de área de risco e recomendou a viajantes internacionais tomar vacina especÃfica e se imunizar contra o vÃrus.
Vacinação
O Ministério da Saúde informou que vai disponibilizar aos estados lotes de vacina para campanhas junto à população. Qualquer pessoa pode se imunizar, à exceção dos que estão em situações de contraindicação, como pacientes com câncer, indivÃduos com imunossupressão e pessoas com hipersensibilidade à proteÃna do ovo.
A vacina começa a fazer efeito em 10 dias. Quem pretende se dirigir às áreas consideradas de risco deve se vacinar dentro deste prazo para não contrair a doença. Em São Paulo, a campanha será antecipada para o dia 29 e vai abranger 54 cidades e buscar atender 8,3 milhões de pessoas.
No Rio de janeiro, a previsão é que as ações de vacinação sejam realizadas em 15 municÃpios, com meta de chegar a 10 milhões de pessoas. Já na Bahia, onde também há preocupação com a ocorrência da doença, a campanha focará oito cidades e buscará aplicar o medicamento a 3,3 milhões.
Essas ações serão feitas com vacinas fracionadas. Nesse caso, a imunização envolve a aplicação de uma parte da dose. Segundo o Ministério da Saúde, o efeito dura oito anos. “Nós temos estoque para atender à necessidade da população brasileira. Hoje temos seringas suficientes para vacinar fracionadamente 20 milhões de pessoas e demandamos à Organização Pan-Americana da Saúde mais 20 milhões de doses na semana passadaâ€, informou o secretário executivo do Ministério da Saúde, Antônio Carlos Nardi, que substitui o ministro Ricardo Barros, em viagem ao Haiti.
As doses fracionadas não são indicadas para alguns pessoas, como crianças na faixa de 9 meses a 2 anos, pacientes com câncer ou HIV/aids em fim de tratamento e mulheres grávidas. A vacina fracionada também não deve ser tomada pelos que pretendem viajar para o exterior, pois órgãos de saúde de outros paÃses exigem a dose padrão.







