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Após revisão, governo anuncia cancelamento de 422 mil benefÃcios sociais
         Após um trabalho de revisão de benefÃcios sociais concedidos pelo governo federal, 422 mil serão cancelados, sendo 228 mil auxÃlios-doença, 43 mil aposentadorias por invalidez e 151 mil benefÃcios de Prestação Continuada (BPC). O trabalho de revisão de benefÃcios vai continuar até o fim do ano. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (16), em BrasÃlia, pelos ministros do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, e do Planejamento, Esteves Colnago.
Diversos benefÃcios de programas sociais estão sendo revisados pelo governo federal, para verificar se os beneficiários ainda cumprem os requisitos apresentados no momento da concessão do auxÃlio. Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, o objetivo é revisar 1,8 milhão de benefÃcios, entre auxÃlio-doença e aposentadoria por invalidez. Após o pente fino, a expectativa do governo é chegar a 1,1 milhão de benefÃcios mensais. A economia total com as medidas pode chegar a R$ 20 bilhões.
AuxÃlio-doença
No caso do auxÃlio-doença, os beneficiários foram convocados para novas perÃcias. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, na primeira fase, entre 2016 e fevereiro de 2018, foram realizadas 252 mil revisões de um universo de 553 mil previstas. Destas, 228 mil foram canceladas, seja por indicação da perÃcia ou por não comparecimento, um Ãndice de cerca de 82%.
Desde agosto de 2016, a revisão de auxÃlio-doença gerou economia de R$ 7,6 bilhões.
Aposentadoria por invalidez
Quarenta e três mil benefÃcios de aposentadoria por invalidez serão cancelados. Neste caso, como há um processo de transição para o cancelamento total, que se estende por um ano e meio, a economia em 2018 será de R$ 500 milhões mas pode chegar a R$ 5 bilhões em 2019.
Prestação Continuada
O BenefÃcio de Prestação Continuada é oferecido a 4,4 milhões de beneficiários de baixa renda, sendo 2,4 milhões de idosos e 2 milhões de pessoas com deficiência.
O governo vai cancelar 151 mil benefÃcios de pessoas que não atendem mais os requisitos mÃnimos para receber o auxÃlio. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, a economia com os cancelamentos pode chegar a R$ 1 bilhão por ano.Â
GovData
A revisão do BPC, especificamente, foi feita a partir da uma nova plataforma de integração de dados de bancos e sistemas do governo federal, denominada GovData. A plataforma integra dados de 14 bases e a expectativa é de que outras sejam incorporadas brevemente.
“As bases vão ser atualizadas mensalmente. Todo mês o governo vai poder saber se o dinheiro está sendo bem alocado e se as pessoas cumprem os requisitos mÃnimos pra continuar a receber [o benefÃcio]”, informou o ministro do Planejamento, Esteves Colnago.
Com o GovData, a expectativa é de facilitar o trabalho de cruzamento de dados. Por exemplo, se o Ministério do Desenvolvimento Social quisesse dados de carteira de motorista, teria de fazer um pedido especÃfico ao Departamento Nacional de Trânsito e firmar um acordo neste sentido. Se quisesse informações adicionais de situação de emprego, necessitaria de um outro acordo com o Ministério do Trabalho.
“O GovData funciona como único repositório para onde vão as bases de dados de interesse. Mas mais do que isso, temos também uma série de recursos de análise estatÃsticas, geração de tendências e outras ferramentas de ciências de dadosâ€, explicou o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Gleisson Rubin.
O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, destacou a importância do GovData, que permite mais cruzamentos com periodicidade menor, mas destacou que a plataforma não substitui os gestores.
“Simples cruzamento de dados não substituem gestor. Eles precisam ser cruzados mas precisam ser interpretados pelo gestor. Cruzamento simplesmente sem a crÃtia de quem conhece a regra geram distorções. O GovData é importante, todos devem aderir à plataforma. Mas é importante que não se imagine que ela substitui o conhecimento de cada ministério e o olhar de quem conhece os programasâ€, ponderou Beltrame.
Privacidade
A implantação da plataforma ocorre no momento em que o Congresso Nacional discute uma lei de proteção a dados pessoais. Uma das polêmicas no debate é até que medida os órgãos públicos devem ser regidos por ela, obedecer os princÃpios e seguir as obrigações.
Questionado na entrevista se o governo federal seria ou não regido pela lei, o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, afirmou que não, com algumas exceções. “A gente vai ter todo o cuidado possÃvel, mas precisamos ter acesso à s informaçõesâ€, disse.






