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Soja despenca em preço e dispara em exportação

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mãos segurando grãos de soja
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mãos segurando grãos de soja

Com 33,47 milhões de toneladas exportadas de janeiro a abril, a soja tem o melhor quadrimestre da história nos embarques da oleaginosa. Quase 15 milhões de toneladas foram embarcadas apenas em abril.

O acumulado é ligeiramente superior ao mesmo período do ano passado, em 1 milhão de toneladas. E 2 milhões de toneladas a mais que 2021, quando o Brasil enviou ao exterior 31,5 milhões de toneladas no quadrimestre e fixou um novo recorde anual, de 86,1 milhões de toneladas.

Gráfico de exportação de sojaGráfico de exportação de soja

Em 2023, com uma produção na casa de 150 milhões de toneladas, a expectativa é exportar entre 90 e 95 milhões de toneladas de soja. O desafio está na cotação internacional, com a Bolsa de Chicago despencando para a casa de US$ 12/bushel e o câmbio em R$ 5.

Essa combinação, explosiva, faz com que a saca seja contada a R$ 125 nas principais praças de oferta da commodity no Brasil. As vendas seguem travadas, à espera de uma reação nas cotações ou no câmbio, o que parece pouco provável.

A condição de preço é reflexo da safra cheia no Brasil e uma boa expectativa de produção nos Estados Unidos, segundo maior produtor de soja do mundo, que está em fase de plantio do ciclo 2023/24.

Nem mesmo a quebra de safra na Argentina, terceiro maior produtor, foi capaz de impactar positivamente as cotações. O país vizinho enfrenta a maior seca da sua história. A produção de soja é estimada em 25 milhões de toneladas, quase a metade do potencial produtivo.

Farelo e óleo de soja

Nas esteira da produção recorde e da quebra na Argentina, que é o maior exportador mundial de farelo de soja, o Brasil também avança no esmagamento e nas vendas externas do complexo.

Entre janeiro e abril foram exportadas 6,3 milhões de toneladas, acima das 6,1 milhões embarcadas no período em 2022. No ano passado, o país vendeu ao exterior 20,3 milhões de toneladas.

As exportações de farelo brasileiro deram um salto entre 2017 e 2018, da casa de 14 milhões para 16 milhões de toneladas, justamente após uma grande quebra climática da produção argentina.

A mesma situação deve ocorrer entre 2022 e 2023, quando o Brasil tem potencial para esmagar e exportar até 25 milhões de toneladas de farelo de soja.

O óleo de soja também vive um momento de crescimento exponencial. De janeiro a abril foram embarcadas 900 mil contra 693 mil toneladas em igual período do ano passado. E mais que o dobro das 419 mil toneladas do quadrimestre de 2021.

Em 2022, o país exportou 2,59 milhões. Em 2021 foram 1,65 milhões de toneladas. A expectativa em 2023 é de vendas externas de 3 milhões de toneladas.

A exportação de óleo pelo Brasil é motivada em grande parte por compras da União Europeia. Por conta do conflito no Leste Europeu, entre Rússia e Ucrânia, a Europa trabalha para reduzir a dependência do gás russo, onde entra o óleo de soja como opção na condição de combustível e energia.

Para consultar as cotações em R$/saca e US$/bushel, acesse www.canalrural.com.br/cotacoes

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