
No dia 29 de setembro de 2006, um jatinho derrubava um boeing.
Por G1 MT
Queda do avião da Gol: 15 anos da tragédia
Há exatos 15 anos, o boeing da Gol que fazia o voo 1907 de Manaus até o Rio de Janeiro chocou-se com o Jato Legacy ocasionando a morte de 154 pessoas. O avião caiu a 30 km de Peixoto de Azevedo, em Mato Grosso, na terra indígena Capoto-Jarinã, e ninguém a bordo sobreviveu. O jato com sete passageiros conseguiu pousar na Serra do Cachimbo, no Pará. À época, foi a maior tragédia da aviação brasileira até então.
Um documentário produzido pelo G1 MT e TV Centro América relembra a tragédia, com depoimentos de pessoas que se envolveram diretamente no resgate, na cobertura jornalística e de famílias das vítimas do acidente. (ASSISTA ACIMA)
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Militar do Distrito Federal durante missão de resgate das vítimas do voo 1907 da Gol, em 2006 — Foto: Arquivo pessoal
No dia 29 de setembro de 2006, o voo 1907 da Gol saiu de Manaus com destino ao Rio de Janeiro e escala em Brasília por volta de 15h35. O Jato Legacy saiu de São José dos Campos, em São Paulo, às 14h51, e iria fazer uma parada em Manaus. Depois, seguiria para os Estados Unidos.
Por volta de 21h, a Gol informou em nota o desaparecimento do Boeing e o choque com o jato. Em seguida, a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Corpo de Bombeiros iniciaram as buscas pelas vítimas do acidente. Os primeiros destroços e corpos demoraram a ser encontrados devido ao difícil acesso ao local onde a queda aconteceu, uma área de mata fechada. Uma base de apoio foi montada na Fazenda Jarinã, próximo ao local do acidente, para o resgate das vítimas.
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Equipes abriram uma clareira para o resgate dos corpos — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros de Sinop (MT)
Na manhã do dia seguinte, um domingo (30), os militares conseguiram encontrar os destroços do avião e os corpos começaram a ser resgatados. As duas caixas-pretas do Boeing da Gol foram encontrados na segunda-feira, 2 de outubro, e confirmaram a colisão com o jato Legacy.
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Parte de avião ficou com as rodas do trem de pouso para cima após o acidente — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros de Sinop (MT)
O trabalho de resgate durou cerca de 50 dias e envolveu mais de 800 pessoas, entre militares e voluntários.
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Equipes passaram mais de 50 dias em mata para resgate dos corpos das vítimas — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros de Sinop (MT)
O último corpo a ser encontrado foi o do bancário Marcelo Paixão Lopes, que foi identificado por DNA quase dois meses depois da queda da aeronave.
Durante as investigações, as famílias da vítimas criaram uma associação para acompanhar e cobrar informações sobre o acidente.
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Familiares das vítimas do voo 1907 da Gol fizeram homenagens às vítimas um ano após o acidente — Foto: Divulgação/TV Globo
Um ano após o acidente, as famílias sobrevoaram o local do desastre em uma aeronave da FAB, além de terem participado de um culto ecumênico em homenagem às vítimas.
Em dezembro de 2008, após quase dois anos do acidente aéreo, foi divulgado o relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da FAB.
Além de responsabilizar o controle nacional de tráfego aéreo pelo acidente, o documento apontou falhas dos pilotos do Legacy, os norte-americanos Joe Lapore e Jan Paladino.
Somente em 2011 os pilotos americanos foram ouvidos e condenados pela Justiça Brasileira a quatro anos e quatro meses de regime semiaberto pelo crime de atentado contra a segurança de transporte aéreo na modalidade culposa.
Em outubro de 2012, a pena foi diminuída para três anos e um mês em regime aberto. A Justiça também condenou um dos quatro controladores de voo envolvidos no acidente a uma pena de três anos e quatro meses em regime aberto.
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Acidente com o voo 1907 da Gol e jato Legacy foi em 2006 — Foto: FAB
Prejuízos materiais e imateriais
Os indígenas da etnia Kayapó pediram indenização para a Gol alegando danos materiais e imaterais sofridos e a retirada dos destroços do avião da terra. A companhia aérea alegou que seria inviável a retirada devido aos custos e da logística necessária.
Sendo assim, os indígenas, sugeriram a indenização de R$ 4 milhões que seriam destinados ao Instituto Raoni e a Gol se dispôs a pagar o valor.
Os pilotos norte-americanos tiveram a prisão decretada pela Justiça Federal de Mato Grosso, em dezembro de 2017, mas não cumpriram a pena.
Caos aéreo
O acidente da Gol desencadeou um megadebate no Brasil acerca do sistema de controle de tráfego aéreo.
Em 2006, os controladores de voo implementaram a “operação-padrão” e os protestos provocam atrasos nos aeroportos. No mês seguinte, cinco operadores da torre de Brasília faltam ao trabalho e provocam atrasos em todo o país.
E, em 2007, os trabalhadores de Manaus iniciaram uma paralisação . Foram suspensas todas as decolagens no Sudeste e Centro Oeste do país, deflagrando mais uma vez o caos nos principais aeroportos.Eles estavam insatisfeitos com as condições de trabalho. Na época haviam cerca de 320 controladores de voo trabalhando em Brasília.
O Senado instalou uma CPI para investigar a crise no sistema aéreo do país. Ela foi chamada de CPI do Apagão Aéreo.







