Em meio às grandes blogueiras que atualmente dominam a publicidade no mundo da moda, uma pequena figura se destaca no mercado infantil. Aos quatro anos, a “minifashionista” Raphaela Buck já acumula mais de 86 mil seguidores nas redes sociais. Filha da professora de moda Elga Buck, que leciona em uma faculdade de Salto (SP), a menina tem um ano e meio de “carreira” e ganha até “salário” dos pais. VEJA GALERIA DE FOTOS

“Toda semana, nós damos uma certa quantidade de moedas para ela e ela vai guardando. No fim do mês, a gente conta, ela vai em uma loja e escolhe algum brinquedo”, explica Elga. Mas, diferente do que se pensa, a professora explica que não cobra para fazer publicidade nas redes sociais. “Só fazemos permuta. As lojas mandam as peças, e nós postamos e marcamos as lojas. Se começar a cobrar, vira obrigação, a gente passa a ter prazos, e eu não quero isso para ela, porque ela não tem essa obrigação. A partir do momento que envolve dinheiro, fica complicado, porque não é o meu trabalho, é a exposição da imagem dela”, diz a mãe.

A vontade de transformar Raphaela em “it-girl” – termo usado para definir meninas que ditam tendências de moda – surgiu há dois anos, do próprio trabalho de Elga. Ela diz que já tirava fotos da filha, mas que foi orientando um Trabalho de Conclusão de Curso sobre “minifashionistas” que ela teve a ideia de oficializar o “título”. “O grupo fez um TCC falando da Suri Cruise, da Willow Smith [filhas de Tom Cruise e Will Smith, famosas pelo ‘estilo’] e tantas outras. E eu pensei: ‘por que não?’. Eu já tinha uma marca infantil e, em janeiro de 2014, comecei a fazer fotos mais profissionais da Rapha para divulgá-la. As pessoas começaram a curtir e, quando eu vi, já estávamos com sete mil seguidores. Aí, os parceiros [marcas anunciantes] começaram a entrar em contato”, conta Elga.

A partir daí, alcançar o sucesso não foi difícil. Com um rostinho angelical e muita desenvoltura em frente às câmeras, Raphaela conquistou tantos admiradores que, segundo a mãe, já existem pelo menos dez fã-clubes em homenagem à pequena.

Além disso, hoje, a menina recebe roupas, sapatos e acessórios de pelo menos 30 parceiros, inclusive internacionais. “Temos um parceiro no Texas e outro na Califórnia [ambos nos EUA]. Agora, também fizemos parceria com uma marca do Chile. Um dia sim, um dia não, chega alguma caixa dos Correios para ela”, afirma a mãe.

Para chegar às dezenas de milhares de seguidores, Elga diz que existem alguns segredos. “Nunca posto uma foto ‘mais ou menos’. Sempre me preocupo com a iluminação, com a qualidade da foto. Prefiro deixar de postar do que postar uma foto ruim”, diz ela, que é a própria fotógrafa da filha.

Fora isso, a professora diz que a filha participa de sorteios e eventos, que ajudam na divulgação.

O perfil onde as fotos de Raphaela são postadas leva o nome da mãe. Isso porque, segundo Elga, a exposição de crianças pode dar problema com a administração das redes sociais. “Já vieram me questionar, ver se eu era realmente mãe dela. Conheço mães que perderam os perfis porque as filhas não levavam os sobrenomes delas, apenas dos pais, e elas não conseguiram provar que eram as responsáveis pelas crianças”, explica.

Apesar da preocupação das redes com a imagem das pequenas “it-girls”, Raphaela parece bem à vontade com seu “trabalho”. Entre um clique e outro, a menina corre para encher a mãe de beijos e abraços. Isso sem falar na paixão da pequena pelas roupas, calçados e acessórios. “Gosto de fazer fotos com vestido e amo sapatos. São muito lindos”, afirma Raphaela. A fama também não assusta a pequena fashionista. “Tenho um monte de fãs. Beijo da Rapha”, se despede.