A onda de calor desta segunda quinzena de outubro de 2023 deve persistir até a segunda ou terça-feira da próxima semana.
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Cuiabá pode atingir maior temperatura já registrada na sua história nos próximos dias. O calor intenso, extremamente prejudicial à saúde humana deve durar até o começo da próxima semana. Ontem (19.10), a capital de Mato Grosso já havia batido um recorde de 1911, alcançando a marca de 44,2°C, pela medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Modelos numéricos analisados pela MetSul Meteorologia indicam para esta sexta-feira, o fim de semana e o início da semana que vem temperaturas máximas no estado do Mato Grosso até 2ºC a 3ºC mais altas que as observadas nesta quinta, quando já fez mais de 43ºC.
Isso significa que há potencial para que sejam atingidas marcas de 45ºC ou 46ºC em algumas estações meteorológicas, o que oficialmente jamais foi observado pelo Inmet. Em algumas cidades, que não possuem medição instrumental de temperatura, máximas ainda mais elevadas podem ser registradas.
A onda de calor que atua sobre o interior do Brasil nesta segunda quinzena de outubro de 2023 deve persistir até a segunda ou terça-feira da próxima semana. Conforme os meteorologistas, trata-se de uma situação extraordinária e histórica e que tende a prosseguir no Centro-Oeste do Brasil. Há sobre a região um bolsão de ar excepcionalmente quente associado a um centro de baixa pressão sobre o Norte da Argentina e o Paraguai.
Razões para o calor persistente
A estiagem sazonal da região, resultando em baixos índices de umidade relativa do ar, contribui para a persistência do calor. Em setembro, poucas vezes a umidade mínima ultrapassou os 20%, enquanto em outubro, ela oscila entre 20% e 30%, com alguns dias registrando menos de 20% de umidade. Além disso, o fenômeno El Niño, que traz chuvas extremas no Sul e seca histórica na Amazônia, tem impacto direto no Centro do Brasil, resultando em temperaturas muito acima do normal. Comparando com o ano anterior, setembro e outubro tiveram temperaturas significativamente mais amenas em Cuiabá. Em 2022, o fenômeno atuante no Pacífico era a La Niña.
Um terceiro fator a ser considerado é o aquecimento global. Desde julho, todos os meses têm registrado temperaturas recordes em todo o mundo. Setembro de 2023 foi 0,5ºC mais quente do que o setembro mais quente já registrado no planeta, um aumento que preocupa os cientistas.
Um estudo da World Weather Attribution (WWA) mostrou que as ondas de calor em agosto e setembro na América do Sul, incluindo Cuiabá, tornaram-se cem vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas.
