Natural de Araputanga, a professora universitária e bacharel em direito Clara Vaz vai representar o Brasil como delegada sênior para a 18ª Conferência da Juventude na Luta pelos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (Estados Unidos).
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Para o Midiajur, Clara contou que esta é a sua segunda participação na conferência e que precisa de ajuda para custear as passagens áreas da viagem, que está prevista para a próxima terça-feira (15).
A conferência ocorre entre 18 e 20 de julho. Mas como será delegada sênior, com poder de fala e votação em projetos da ONU para a área de direitos humanos com representantes de todo o planeta, Clara precisa estar em Nova York já na quarta-feira (17) para um pré-preparatório. Saiba como ajudar abaixo.
Eu sou do interior, sou de família simples, mas eu peguei as oportunidades que me foram dadas e alcancei o meu espaço. Conquistei a experiência que tenho hoje. Vejo que essa garra, essa gana, outros também têm, mas a carência de oportunidade limita eles de alcançar algo maior
Clara nasceu em Araputanga, mas cresceu em uma vila da cidade de Porto Esperidião. Em 2016, recebeu oportunidade de um casal de tios para morar junto com eles em Tangará da Serra, para estudar na escola da cidade. Na época, Clara tinha 16 anos e estava cursando o segundo ano do ensino médio.
“Foi quando eu descobri que fazer uma faculdade já era o que promoveria a transformação da minha história. Venho de uma família muito humilde. Meu pai faz serviços gerais de peso braçal no sítio, e minha mãe também e dona de casa. Então, sempre aprendi que o estudo seria uma ferramenta que me ajudaria a ter uma vida melhor e de mais qualidade e mais conforto”, disse.
Por problemas de saúde, a tia de Clara não poderia mais mantê-la em sua casa. Foi quando outro casal de tios, em Cuiabá, lhe ofereceu guarida para ela investir nos estudos. Ela estudou em uma escola do bairro Jardim Presidente e passou a observar problemas sociais nos alunos do ensino fundamental.
“Comecei a observar que alguns alunos tinham problemas de relação entre os colegas e com os professores. Eram agressivos, violentos. Eles estavam se perdendo em meio aos seus problemas psicológicos, familiares e também da falta de estrutura escolar. Aquilo me incomodou e senti que precisava fazer alguma coisa para ajudar”, destacou.
A professora, na época com apenas 17 anos, desenvolveu um projeto chamada “Restaurando Vidas” para trabalhar os direitos humanos e constitucionais com os alunos. Também eram feitos dinâmica psicológicas que ajudavam eles a desabafarem sobre seus problemas – uma espécie de terapia em grupo. Foi por meio de um ativista de Santa Catarina, que soube do trabalho de Clara, que os organizadores da Conferência da Juventude da ONU convidaram Clara a discursar e contar sobre seu projeto em Nova York.
Clara concluiu o ensino médio em 2017, conseguiu uma bolsa para cursar direito na Universidade de Cuiabá (Unic) em 2018, se formou, terminou numa pós-graduação e voltou para a faculdade para dar aulas de direito constitucional.
Como professora universitária, ela desenvolveu um projeto de extensão onde os seus alunos levam informações sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos e os princípios da Constituição Federal brasileira para creches, escolas de ensino fundamental, asilos e instituições filantrópicas. Foi por esse trabalho que ela recebeu um segundo convite para participar da 18ª Conferência da Juventude. Dessa vez, como delegada sênior.
“É uma responsabilidade maior do que em 2017 para representar o brasil nessa cúpula. Falar do meu trabalho como professora de universidade e de como uso a Declaração Universal parae impactar os jovens e a sociedade local. Vou ser a representante oficial do Brasil na conferência, a única, em nível de país”, explicou.
Clara explica que como delegada sênior irá poder compartilhar experiências com os demais delegados que representam os outros país, compartilhar experiências e votar projetos da ONU voltados para os jovens do planeta.
“Eu sou do interior, sou de família simples, mas eu peguei as oportunidades que me foram dadas e alcancei o meu espaço. Conquistei a experiência que tenho hoje. Vejo que essa garra, essa gana, outros também têm, mas a carência de oportunidade limita eles de alcançar algo maior. Se eu posso e conseguir, porque não lutar por essa expansão de oportunidades para que outros também vivam isso”, disse.
Ajuda
Para ajudar Clara, que não tem condições de custear toda a viagem, foi montada uma vaquina on-line para ajudá-la apenas no custeio das passagens aéreas. A Unic deu uma assistência de diárias com alimentação. A ajuda consiste na doação em dinheiro, de qualquer valor, em forma de doação pela plataforma virtual – clique aqui para acessar.
A meta inicial de arrecadação era de R$ 7.500,00, no entanto, o valor aumentou, em razão do preço das passagens. Qualquer doação pela ‘vakinha’ é válida, mas o site tem uma política de bilhetes para sorteio a cada R$ 25,00
Crédito: MídiaJur