Confira dados e informações importantes sobre os cuidados em relação à informação durante o período de eleições em 2024
Por Lucas Gabriel Machado Henriques, editado por Layse Ventura
Todo ano de eleição, com a ascensão das mídias sociais, tem sido intensificado os cuidados em relação à disseminação das informações. Ainda mais pelo fator de existir muita fake news produzida exatamente para atrapalhar a imagem dos candidatos. Com isso, veja a lista com dicas e informações que o Olhar Digital separou sobre quais são as principais ameaças aos eleitores.
Da inteligência artificial ao furto de dados
Em um artigo recente publicado pela Lupa, em 2024 haverá aproximadamente 78 países com o processo de eleição de novos representantes no governo. Com isso, é preciso manter o foco em relação à desinformação e à disseminação criminosa de informações falsas, as fake news. Ainda de acordo com o estudo, neste ano ocorrerão eleições de grande repercussão em Bangladesh, Finlândia e Taiwan. No Brasil, as disputas ocorrerão em outubro para prefeito de diversos municípios, e nos EUA, as eleições presidenciais ocorrerão em novembro.
Eleições vs Fake News
Embora usem a expressão ‘fake news’ desde o final do século XIX, o termo ganhou popularidade durante as eleições americanas de 2016. As ‘fake news’, como conhecemos hoje, originaram-se na cidade de Veles, na Macedônia. Um jovem específico percebeu que poderia lucrar com a divulgação de informações falsas na internet
É importante saber que as fake news possuem um grande impacto nas eleições porque acabam por se espalhar de forma muito rápida e apelam para o emocional do leitor, chamando atenção com títulos sensacionalistas.
Só no Brasil, cerca de 85% dos eleitores acreditam que as fake news podem impactar nas eleições. Isso pode acontecer por conta do alto nível de participação dos brasileiros em vários grupos do WhatsApp, aumentando a possibilidade da disseminação de conteúdos duvidosos.
Para se ter uma ideia da utilização das notícias falsas, elas podem ser usadas para prejudicar candidatos ou partidos políticos, divulgando desinformação e apelando diretamente para o discurso de ódio. Isso representa um risco à democracia, ao influenciar a opinião pública sobre algo e impactar diretamente no resultado das eleições. Portanto, é imprescindível verificar sempre a veracidade das notícias antes de compartilhá-las.
5 fatores de risco atuais que podem impactar as eleições de 2024
Confira uma lista com 5 fatores de risco atuais ligados ao fake news que podem impactar negativamente as eleições de 2024.
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1 – Falsos especialistas e pesquisas fraudulentas
Desde setembro de 2023, os fact-checkers, ou profissionais que fazem a checagem de dados da cidade de Bangladesh, alertam o mundo todo para dois fatos importantes. O primeiro deles é o crescimento no uso de falsos especialistas, o que tem levado a um aumento na credibilidade de notícias sem fundamento. Em segundo lugar, e não menos importante, a China tem participado de maneira concisa desse processo em Bangladesh.
Para se ter uma ideia da dimensão do risco, divulgaram-se em Bangladesh mais de 700 artigos com conteúdos políticos. Esses artigos citavam uma lista com aproximadamente 35 especialistas, completamente desconhecidos ou que nunca existiram na vida real.
Além disso, os textos apresentavam fotos e conclusões de pesquisas fictícias. Usavam esses dados como uma forma direta de elogiar a então primeira-ministra, Sheikh Hasina Wajed, e espalhar entre os habitantes de Bangladesh a sensação de que o governo era muito bom.
2 – Uso da inteligência artificial para criação de conteúdos falsos
Segundo os testadores de informações, o mundo desconhece completamente o verdadeiro potencial das IAs na criação de conteúdos falsos. No entanto, a circulação de uma imagem falsa do Papa Francisco usando um casaco branco de grife nas mídias digitais oferece uma dimensão do que se pode fazer. Por exemplo, é possível derrubar adversários apenas com a criação de imagens falsas.
Em abril de 2023, o Partido Republicano dos EUA recorreu ao uso de IA para criar um anúncio de televisão. Este anúncio simulava o horror que, supostamente, dominaria as ruas dos Estados Unidos se o presidente democrata Joe Biden conquistasse um segundo mandato. Este é um exemplo diretamente ligado à política.
3 – Roubo de dados e ampliação do número de golpes e fake news
Os fact-checkers da Tailândia alertam sobre os perigos associados ao roubo de dados. Segundo eles, o criminoso visa não apenas ao aspecto financeiro, mas também à venda de informações sobre os interesses e preocupações dos eleitores em geral. Portanto, quem adquirir esse conjunto de dados poderá criar suas campanhas de maneira mais precisa, embasada e concisa.
4 – Religião e gênero serão (ainda mais) alvos de ataques
Os fact-checkers da Indonésia afirmam que o mundo precisa ficar mais alerta sobre pautas ligadas as questões de gênero e religião. Ainda destacam que vídeos como o que mostrava o candidato presidencial da Indonésia Ganjar Pranowo supostamente bebendo algo baseado em álcool publicamente e proibido no país com mais muçulmanos no mundo, pode se tornar algo frequente como forma de difamar e enfraquecer o discurso de políticos.
No mesmo contexto de inverdades com teor islamofóbico e/ou antissemita, especialistas indicam uma provável onda de ataques diretos ao movimento LGBTQ+. Isso demandará um esforço maior na proteção dos direitos humanos.
5 – Desinformação generalizada
Um destaque importante sobre segurança se relaciona à desinformação generalizada. Os checadores de informações precisam mapear, analisar e focar principalmente em áreas com dificuldade de acesso à informação. Isso ocorre porque lugares com menos acesso a meios de comunicação de qualidade se tornam mais suscetíveis a informações falsas.
Vale ressaltar que pequenos conflitos podem escalar para disputas de importância nacional. Segundo os checadores, é crucial não negligenciar as falsidades que podem alcançar áreas rurais e comunidades indígenas, podendo ser propagadas até em diferentes idiomas.