“Eu queria pedir perdão pelo que fiz. Acho que agora não adianta mais, mas gostaria de ter a chance de ser ajudado de alguma formaâ€, declarou, na sala de investigação da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), onde está preso. De acordo com o delegado titular da Delegacia Estadual de Investigação de HomicÃdios (DIH), Murilo Polati, uma avaliação psicológica do suspeito está prevista para a próxima segunda-feira (20).
Durante a entrevista, o suspeito revelou que tinha um sentimento incontrolável que o levava a cometer os homicÃdios. “Não dá para explicar, era uma raiva muito grandeâ€, afirmou.
Segundo os delegados que interrogaram o vigilante, Tiago tinha o costume de assistir aos noticiários no dia seguinte aos seus crimes, para ter certeza se a vÃtima tinha morrido e qual o nome da pessoa. No entanto, ele diz que sentia remorso ao ver as reportagens. “Feliz não. Era um sentimento de arrependimentoâ€.
Força-tarefa De acordo com o delegado Alexandre Bruno Barros, jovem revelou que interrompeu a sequência de mortes após o homicÃdio de Ana LÃdia Gomes, 14 anos, porque teve medo de ser pego.“Ele disse que parou porque ficou com medo de ser pego, por causa da força-tarefa. Depois voltou no último domingo porque não aguentou mais, tinha que extravasar a raivaâ€, disse o delegado.
Em depoimento na quarta-feira (15), o vigilante contou que era o responsável por 39 assassinatos, entre eles homossexuais, moradores de rua e jovens. De acordo com a polÃcia, ele assumiu 15 dos 17 crimes investigados inicialmente por uma força-tarefa da PolÃcia Civil.
Dois dos crimes apurados pela equipe não foram assumidos pelo homem: a morte de Danielly Garmus da Silva, 23 anos, e a tentativa de homicÃdio de Daiane Ferreira de Morais, 18. Entretanto, ele confessou outras duas mortes de mulheres que eram apurados de forma independente e, após a confissão, a polÃcia os incluiu na força-tarefa. São eles os homicÃdios de Arlete dos Anjos Carvalho, 16, e de outra mulher identificada apenas como Edimila, mas que a polÃcia não detalhou o caso.
Prisão O vigilante foi preso na terça-feira (14), na Avenida Castelo Branco. Em depoimento no dia seguinte, ele contou que era o responsável por 39 assassinatos, entre eles os de homossexuais, moradores de rua e mulheres jovens.
Segundo Deusny, durante o depoimento, o homem lembrou com detalhes de todos os crimes. Ele citou, por ordem cronológica, os assassinatos, mas não lembra o nome de todas as vÃtimas.
Investigação Apesar de no inÃcio das investigações ter afirmado ter convicção de não se tratar de um único autor das mortes de mulheres, a PolÃcia Civil disse agora que há cerca de um mês já tinha elementos suficientes que apontavam o vigilante como o assassino nos crimes investigados pela força-tarefa.
Dentre as provas reunidas, estão imagens de câmeras de segurança que, segundo a polÃcia, mostram que o homem tentava despistar a polÃcia usando uma capa vermelha sobre o tanque da moto de cor preta.