Eliana Bess | Seduc-MTÂ
 Foto por: Milton Figueiredo/Seduc-MT
Educar é proporcionar ao indivÃduo os cuidados necessários para o desenvolvimento da sua personalidade. Uma tarefa que compete a homens e mulheres. Mas, a realidade perpetua os padrões antigos, recaindo a responsabilidade da educação, principalmente, sobre a mulher. As demonstrações refletem tanto nas famÃlias como nas escolas. Enfim, 8 de março é mais que uma data, representa uma conquista.
O Estado de Mato Grosso possui 73,5% do quadro de professores da educação básica (rede estadual de ensino) composto por mulheres, contra 26,5% de homens. Ou seja, a arte de ensinar parece persistir no âmbito feminino. Uma vez que em território familiar, não muda muito, a mulher consegue se dividir entre a educação dos filhos, a de dona de casa e ainda trabalhar fora.
“A educação não é só para as mulheres. Educação é um dever da famÃlia e do Estado. Mas lamentavelmente, a famÃlia deixa para a mulher e ao estender para ação de Estado, cai sobre a mulher, conforme os números apresentadosâ€, pontuou Gilberto Fraga de Melo, secretário adjunto de PolÃticas Educacionais da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer.Â
Quanto ao fato do público feminino ser predominante em sala de aula – na educação básica – acredita-se que seja pelo instinto materno que acaba facilitando o desempenho da função. “Como mães, elas sabem como lidar, tem habilidades com as crianças. Não é difÃcil expandir essa dinâmica e didática para o público estudantil. A dedicação e amor que elas possuem é um dom, isso influência na escolha da profissão em ensinarâ€, acredita Ednaldo de Arruda Campos Junior, analista de Tecnologia da Informação (TI), da Seduc.
“As aulas de uma professora são melhores que de um professor. As disciplinas são mais explicativas, sempre tentam ajudar a resolver os problemas que o aluno tem mais dificuldade. No caso dos profissionais homens nessa área, eles são mais secos, sem muita conversa. É diferenteâ€, frisou Ednaldo.Â
A técnica de Gestão Escolar Rosangela Roquette, que também é professora, concorda que o fato de haver mais mulheres lecionando que homens é porque a mulher consegue conciliar a famÃlia com a escola. “Prossegue no ato de ensinarâ€, destacou Roquette.
Para o analista sistêmico Rogério Alves Theodoro, o professor tem a caracterÃstica de ser mais extrovertido, enquanto que uma professora é mais séria. “Brincalhão. Essa é a lembrança que tenho do professor. Com essa metodologia a gente gravava mais as matérias. Seriedade demais da impressão de brava e isso amedronta um pouco, causa empatiaâ€, opinou o analista.
Portanto, em terreno que elas dominam, o brilho é diferente. “O ambiente é mais movimentado, é mais dinâmico, versátil e alegre. Geralmente os homens são mais fechados, falam pouco, trabalham mais no silêncio. Devido o perfil da mulher, o ambiente é diferenteâ€, avaliou o analista de desenvolvimento econômico da Gestão Escolar, da Seduc, Juliano D’ Avila. O setor em que ele trabalha é composto por cerca de 30 mulheres e 14 homens.Â
8 de Março
O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, portanto, deveria ser de análise e novas atitudes. “Espero que esse dia sirva como reflexão da necessidade de trabalhar em conjunto e solidariamenteâ€, pontuou o secretário adjunto de PolÃticas Educacionais.Â
De fato, a Constituição Federal não atribui a responsabilidade de educar a uma ou outra pessoa. Estabelece que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da famÃlia, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercÃcio da cidadania e sua qualificação para o trabalhoâ€. Ou seja, a responsabilidade é estendida a todos, já que trata-se de um processo contÃnuo de desenvolvimento do ser humano.
Mas, em comemoração ao dia da mulher, mais uma vez são elas que darão o exemplo. Cerca de 20 profissionais da Seduc vão integrar a campanha de doação de sangue, no Hemocentro de Cuiabá. Na semana da mulher, especialmente no dia 09, elas externam o amor ao próximo, num ato pela vida.