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REVELADA A IDENTIDADE DA PRIMEIRA VÍTIMA DE EBOLA

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Identidade de primeiro paciente da epidemia de ebola é revelada

Garoto Emile Ouamouno, de 2 anos, vivia em vilarejo da Guiné.
Sua mãe grávida, sua avó e a irmã de 4 anos também morreram da doença.

Da Associated Press

 Em foto divulgada pela Unicef nesta quinta-feira (28), uma pessoa segura uma fotografia do menino Emile Ouamouno, ainda bebê: quando tinha 2 anos, o garoto foi a primeira vítima de ebola desta epidemia, e é conhecido como o 'paciente-zero'; ele, sua mãe, avó e irmã morreram da doença (Foto: AP Photo/Unicef/Beukes)
Em foto divulgada pela Unicef  uma pessoa segura uma fotografia do menino Emile Ouamouno, ainda bebê: quando tinha 2 anos, o garoto foi a primeira vítima de ebola desta epidemia, e é conhecido como o ‘paciente-zero’; ele, sua mãe, avó e irmã morreram da doença (Foto: AP Photo/Unicef/Beukes)

                     No vilarejo da Guiné onde a atual epidemia de ebola da África Ocidental começou, 14 covas marcam o ponto onde o vírus letal começou a sair do controle. Profissionais de saúde que visitaram recentemente Meliandou dizem que a vida no local não voltou à normalidade e que as famílias foram destroçadas pela ação devastadora do vírus.

                   A primeira vítima conhecida da epidemia atual é o garoto de 2 anos Emile Ouamouno, que vivia no vilarejo pitoresco no meio da floresta com seus pais e três irmãs, incluindo Philomene, de 4 anos. O garoto adoeceu em dezembro, com uma doença misteriosa que causava febre, fezes escuras e vômito. Cerca de uma semana depois de sua morte, Philomene também ficou doente e morreu. Logo em seguida, a mãe das crianças, que estava grávida, e a avó também morreram.

                   Levou meses para que as autoridades de saúde internacionais identificassem o pequeno Emile como o “paciente zero” da África Ocidental, em uma epidemia mortal que continua crescendo a cada semana. Até agora, o ebola já matou quase 5 mil pessoas e infectou mais de 10 mil.

                “Emile adorava dançar e Philomene gostava de carregar bebezinhos nas costas e fingir que era mãe”, diz Suzanne Beukes, da Unicef, que falou com o pai das crianças, chamado Etienne, durante sua viagem a Meliandou no início do mês. O local não tem nenhuma unidade de saúde e fica a mais de duas horas de viagem de Conacri, a capital do país.

                Etienne queimou as roupas e cobertores de seus dois filhos mortos pelo ebola, mas manteve o pequeno rádio vermelho que Emile frequentemente pedia para o pai ligar, para que ele pudesse dançar.

              Os corpos de Emile, Philomene e sua mãe foram enterrados perto da casa de dois cômodos onde Etienne vive com sua segunda mulher e três filhas.

              “Quando perguntamos a ele como era Emile, seu rosto mudou”, conta Suzanne. “Foi quase como se uma máscara tivesse sido removida e o trauma pelo qual ele passou se tornasse visível.”

             Suzanne disse que o ebola matou pelo menos 14 no assentamento que abriga cerca de 500 pessoas, apesar de autoridades de saúde dizerem que o número real de casos pode ser até quatro vezes maior do que esse.

            Ao visitar Meliandou com colegas como parte de um projeto para verificar o impacto do ebola nas crianças e na região, Suzanne viu que o vilarejo tinha covas de vítimas de ebola. As pessoas incialmente enterravam os mortos perto de suas casas para que pudessem ficar próximos do espírito dos mortos.

            Como outros agricultores, Etienne agora luta para vender sua produção desde que as pessoas de fora começaram a temer que os produtos estivessem contaminados com ebola. Etienne continua a trabalhar. Outros na vila reclamam que estão mais pobres agora do que antes da epidemia.

           “Ele disse que é a única coisa que pode fazer agora”, diz Suzanne. “Ele tem que voltar aos campos e continuar arando a terra para cuidar de seus filhos”

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