sexta-feira, 22/11/2024
Banner animado
InícioEleiçõesTRE-MT prepara pacote de ações para fechar cerco contra Caixa 2 nas...

TRE-MT prepara pacote de ações para fechar cerco contra Caixa 2 nas campanhas eleitorais

Banner animado

         Presidente do TRE-MT Desembargadora Maria Helena Póvoas - Foto: Alair Ribeiro/TRE-MT  Foto: Alair Ribeiro/TRE-MT

       A Justiça Eleitoral em Mato Grosso prepara uma série de ferramentas e medidas para detectar ocorrências de Caixa 2 na movimentação financeira das campanhas eleitorais deste ano, com a respectiva responsabilização dos candidatos, que podem inclusive perder os cargos e se tornarem inelegíveis. Os detalhes já estão sendo discutidos entre a presidente do Tribunal, desembargadora Maria Helena Póvoas, o diretor-geral, Felipe Biato, e o coordenador de Controle Interno, Daniel Taurines.

             “Vamos promover uma verdadeira cruzada contra o Caixa 2 de campanhas eleitorais em Mato Grosso. Para isso pretendemos buscar o apoio da Polícia Federal, Secretaria de Fazenda e da própria sociedade. E vamos percorrer o Estado para conversar sobre isso com os juízes eleitorais que vão julgar as contas de campanha”, disse a desembargadora Maria Helena Póvoas.

A desembargadora explicou que a reforma eleitoral aprovada em 2015 proíbe a doação de pessoas jurídicas e impõe limites rígidos para os gastos com campanhas eleitorais, válidos a partir desta eleição. Para Cuiabá, por exemplo, o limite permitido para uma campanha de prefeito, no caso de um único turno, não poderá ultrapassar os R$ 6,7 milhões (o valor será atualizado monetariamente em julho pelo Tribunal Superior Eleitoral). Este montante corresponde a 50% do maior gasto registrado na última eleição, que foi de R$ 13.463.343,00. Para vereador, o teto permitido para esta eleição, na capital de MT, é de R$ 367.837,85 (os valores estão disponíveis no site do TSE – www.tse.jus.br ).

Para a desembargadora Maria Helena, a proibição de doações de empresas para candidatos trará uma nova cultura no trato das movimentações financeiras das campanhas, mas a médio ou longo prazo. “Talvez nesta eleição muitos candidatos ainda se joguem nas tentativas de uso do caixa 2 (dinheiro não declarado), porque podem pensar que sairão impunes. Mas diante da atuação cada vez mais rigorosa da Justiça Eleitoral e das ferramentas disponíveis para detectar o Caixa 2, tenho esperança que este tipo de prática se torne cada vez mais raro nas eleições vindouras”, analisou a desembargadora.

 

Justiça Eleitoral vai fazer cruzamento de notas fiscais eletrônicas em todo o país 

Por determinação da Presidente do TRE-MT, a Coordenadoria de Controle Interno e auditoria já está levantando todos os municípios de Mato Grosso que permitem a emissão de nota fiscal eletrônica. Até o momento, apenas quatro municípios não se enquadram nesta situação.

Em agosto deste ano a presidência do TRE-MT vai enviar à Secretaria de Fazenda do Estado e às Secretarias de Fazenda municipais a relação com o nome e CNPJ de todos os candidatos e partidos políticos. No mesmo ofício o TRE-MT vai determinar que as secretarias de finanças encaminhem para a Justiça Eleitoral, por meio eletrônico, cópia de todas as notas fiscais eletrônicas de serviços, relacionadas ao CNPJ de candidatos e partidos políticos. As secretarias de finanças deverão enviar as relações de notas fiscais nos meses de setembro e novembro.

Este trabalho será realizado em todo o país, em atendimento à Resolução 23.643/2015 do Tribunal Superior Eleitoral, que versa sobre arrecadação e gastos de recursos por partidos políticos e candidatos, e sobre a prestação de contas nas eleições de 2016. O artigo 80 desta resolução trata da fiscalização da Justiça Eleitoral sobre a arrecadação e aplicação dos recursos de campanha, visando subsidiar a análise da prestação de contas dos candidatos.

“Em eleições passadas, na tentativa de encobrir gastos não declarados, que configura o Caixa 2 de campanha, o candidato encomendava seu material gráfico em outros municípios e até fora do Estado. Agora a Justiça Eleitoral fecha o cerco contra essa prática também, já que o cruzamento de dados será nacional, feito pelo TSE. Os técnicos do TRE-MT vão orientar os servidores das prefeituras e do Estado sobre as regras previstas na Resolução do TSE”, disse a desembargadora Maria Helena.

Ela já adiantou que o TRE-MT está estudando a criação de outras medidas e de ferramentas para fiscalizar a contratação de cabos eleitorais e de outros gastos de campanha.

A desembargadora Maria Helena Póvoas avalia como positiva a proibição de doação de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais. “O financiamento de campanhas sempre foi a origem da corrupção em larga escala, em todo o país. A empresa que doava cobrava a fatura depois, seja no direcionamento de licitações, superfaturamento de obras ou outras manobras. O financiamento de campanhas com dinheiro doado por empresas deixava o político amarrado a um compromisso futuro. Agora, os próprios políticos terão que encontrar maneiras de baratear suas campanhas, dentro do que a legislação permite”.

 

Gestor Responsável: Assessoria de Comunicação Social

ARTIGOS RELACIONADOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!
- Anúncio -
Banner animado

MAIS LIDAS

Comentários Recentes