Em 12 de maio, Michel Temer assumiu o cargo de presidente interino defendendo um governo de “salvação nacional”
Primeiro mês de Temer deixou algumas coisas bem claras – outras, nem tanto
          Quando o Senado decidiu processar e, com isso, afastar temporariamente a presidente Dilma Rousseff, em 12 de maio, o vice Michel Temer assumiu o cargo defendendo um governo de “salvação nacional”.
          prometeu, por exemplo, estimular o ambiente de negócios para combater a crise, promover reformas como a da Previdência e proteger a operação Lava Jato de interesses polÃticos.
Passado um mês, a BBC Brasil levantou cinco fatos e cinco dúvidas sobre a nova administração.Â
O QUE É FATO
1) Bom relacionamento com o Congresso
O apoio dos parlamentares, que afastaram Dilma, foi essencial para a chegada de Temer ao poder.
Para o cientista polÃtico Nuno Coimbra, pesquisador da USP, essas conquistas mostram uma relação com parlamentares muito melhor que a de Dilma ─ o que não necessariamente levará a resultados positivos para governo e paÃs.
“Temer ainda está pagando o apoio que recebeu para chegar ao poder. Temos de ver se haverá uma contrapartida deles passando as outras agendas econômicas que o governo quer.”
2) Menor diversidade no gabinete
Foi a primeira vez desde 1979 que apenas homens formam o gabinete de ministros.
Diante das duras crÃticas, Temer nomeou mulheres para cargos como o de presidente do BNDES ─ ocupado pela economista Maria Silvia Bastos Marques.
Meirelles assumiu com três eixos de medidas na cabeça: fixar o teto para o crescimento dos gastos públicos, reformar o sistema previdenciário e racionalizar o sistema tributário.
1) Apoio à Lava Jato e ao combate à corrupção Em seu primeiro discurso, Temer afirmou que daria proteção “contra qualquer tentativa” de enfraquecer a Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.
A notÃcia colocou em xeque o compromisso do governo com o combate à corrupção, incerteza que cresceu com a queda do ministro Fabiano Silveira (Transparência, Fiscalização e Controle), ocorrida após a divulgação de áudios em que ele critica a Lava Jato e orienta o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e Machado sobre como se portar em interrogatórios.
2) Efetividade de medidas de combate à violência contra a mulher Depois do estupro coletivo de uma adolescente no Rio, o governo anunciou ações como a criação de um núcleo federal de enfrentamento à violência de gênero e a padronização de um protocolo de atendimento às mulheres.
As iniciativas, no entanto, não têm prazo para serem executadas e não possuem metas. Para crÃticos, seria um pacote “vazio”.
Responsável pelo anúncio do plano, o ministro da Justiça não detalhou quanto ele custará.Â
Nesta sexta, por exemplo, o governo anunciou o corte de 4,3 mil cargos comissionados e transformou 10 mil cargos em concursados, defendendo que isso economizará R$ 230 milhões anuais.
Mas suas principais medidas ainda são dúvida, entre elas a Reforma da Previdência (veja abaixo) e a adoção de um teto para os gastos públicos ─ segundo o qual o percentual de crescimento dos gastos em um ano não ultrapassaria a inflação do anterior.
A aprovação da proposta pelo Congresso pode ser difÃcil ─ lÃderes dos maiores partidos nas Casas não querem se comprometer com ela nos termos do governo. O projeto mexeria nos gastos com saúde e educação, o que, por ser altamente impopular, enfrenta resistência.
Mori, da FGV, diz que a aprovação vai depender da capacidade de negociação.
Há a possibilidade de ambos serem cassados, embora Temer já tenha pedido que seu caso seja analisado separadamente – ele diz que não pode ser julgado por atos atribuÃdos a Dilma e ao PT.