O Globo,Com agências internacionais
 MADRI — O governo catalão decidiu manter a votação simbólica sobre a independência da região prevista para o próximo domingo, apesar de o Tribunal Constitucional ter votado por unanimidade a sua suspensão, nesta terça-feira, num novo capÃtulo da queda de braço com Madri.
          A consulta alternativa surgiu após a Justiça espanhola bloquear a proposta de referendo sobre o projeto separatista no final de setembro. A comunidade autônoma também decidiu entrar com uma ação contra o governo espanhol no Supremo Tribunal por “atentado contra o direito de liberdade de participação e expressãoâ€, dos catalães.
O ministro da Justiça da Espanha, Rafael Catalá, disse nesta terça-feira confiar que a Catalunha vai respeitar a decisão do Tribunal e qualificou de “exótico†o recurso apresentado no Supremo Tribunal.
— Não entendo no que afeta o direito à liberdade de expressão — ressaltou Catalá.
O Tribunal Constitucional aceitou o pedido de impugnação apresentado pelo governo espanhol, considerando que a consulta simbólica tinha o mesmo efeito da convocação anterior do referendo. Porém, o Tribunal não incluiu em sua decisão nenhum tipo de multa ou sanção caso o governo catalão insista com a consulta. O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, em um ato inédito, havia pedido em seu recurso que Artur Más, presidente Catalunha, sofresse algum tipo de advertência caso decidisse seguir com a consulta.
— Manteremos o processo participativo e faremos com todas as consequências — disse Francesc Homs, conselheiro da presidência e porta-voz do Executivo catalão.
Homs ressaltou que “tudo está pronto†para domingo e que o governo “mantém o processo como forma de garantir a liberdade de expressãoâ€.
— O que Madri quer proibir já não estamos fazendo desde o 14 de outubro — acrescentou Homs, para quem a consulta alternativa é um processo totalmente diferente do referendo suspenso pelo Tribunal Constitucional.
A consulta de 9 de novembro é considerada agora simbólica, mas pode reforçar a pressão sobre o governo espanhol. O movimento separatista levou milhares de pessoas às ruas nos últimos meses.