Gabriel Aguiar/Sesp-MT
Luzia Araújo | Sesp-MT
         O ano era 1972, quando o estudante Lenine Martins de Oliveira recebeu de um amigo o convite para trabalhar no extinto Serviço de Divulgação de Mato Grosso, órgão responsável pela divulgação das ações de governo, durante a gestão de José Fragelli (1971-1975).
        No Palácio Alencastro, sede do governo à época, ele assumiu uma função administrativa, mas logo passou a conhecer de perto a rotina de uma assessoria de imprensa. Eram tempos de escassos recursos tecnológicos: as notas oficiais eram divulgadas por meio de boletins impressos, que ele ajudava a reproduzir por meio de um mimeógrafo.
       “Depois de pronto o boletim, eu e outros servidores saÃamos, muitas vezes a pé e à noite, para fazer a distribuição em Cuiabáâ€, relembra.
        O estudante passou a conviver de perto com jornalistas de renome, como VinÃcius Danin, Roberto Jacques Brunini, ElpÃdio Bueno Fraga, Antonieta Ries Coelho, Jota Maia, Ronaldo de Arruda Castro e José Eduardo do EspÃrito Santo, seu primeiro chefe e inspirador.
        Da proximidade com os profissionais da comunicação, veio a descoberta de uma vocação inexplorada. Em 1978, a convite do jornalista Onofre Ribeiro, chefe da comunicação da gestão de José Garcia Neto, Lenine passou a trabalhar no laboratório de revelação de fotografias. “Era uma função muito detalhista e delicada. Foi difÃcil aprenderâ€, disse.
        Entre uma revelação e outra, começou a fotografar. “Eu fazia uma foto aqui, outra ali. Revelava e analisava o resultado para corrigir os erros nas próximas. Fui aprendendo na garra. Não fiz curso de fotografiaâ€, conta.
      Em seus 44 anos de serviço público estadual, a maior parte deles como fotojornalista, contabilizou inúmeras coberturas especiais. Momentos da história do Estado que ele eternizou por meio de seu olhar.
         Um episódio, porém, o marcou especialmente. A perda trágica, em um acidente aéreo, de um grupo de jornalistas que acompanhava uma agenda do governador Júlio Campos no interior do Estado, em 1984. Entre os mortos estava o compadre Osmar Cabral, também fotógrafo e que, justamente naquela viagem, o substituÃa.
        “Foi um choque, um momento de muita tristeza e um sentimento de perda muito grande. Na redação do governo, todos ficaram muito abaladosâ€, lembra.
        Atualmente, Lenine é fotografo da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública, exercendo a sua função desde agosto de 2015. “O trabalho é como uma segunda famÃlia, sendo que, em algumas situações, acaba sendo até a primeiraâ€, diz o servidor, que se aposentou em 2014, mas optou por seguir trabalhando no serviço público.