
O presidente cubano Raúl Castro levanta a mão do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, na Praça da Revolução, em Havana, em homenagem a Fidel Castro na última terça-feira (foto: AFP / JUAN BARRETO )
             Os quatro paÃses fundadores do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – enviaram uma “comunicação” à Venezuela nesta quinta-feira (1º), indicando que os direitos do paÃs no bloco “estão suspensos”. A decisão do bloco ainda não foi oficialmente anunciada porque Caracas ainda não recebeu a notificação.
            A decisão está relacionada ao vencimento do último prazo acordado em setembro para que Caracas cumprisse suas obrigações de adesão ao Mercosul. Os chanceleres do bloco elaboraram um comunicado no qual explicam que a Venezuela não cumpriu seus acordos.
            A marginalização da Venezuela se desenhava desde que os demais sócios bloquearam, em julho passado, o acesso do paÃs à presidência semestral do bloco. Em setembro, os quatro paÃses fundadores decidiram ocupar o posto de forma colegiada e intimaram o governo do presidente Nicolás Maduro a adotar até 1º de dezembro todos os compromissos de adesão. Entre eles, a livre-circulação de mercadorias entre os paÃses do Mercosul e a cláusula democrática.
Determinação de Caracas de permanecer no Mercosul
           Na última terça-feira (29), a Venezuela se declarou disposta a aderir a um dos acordos comerciais pendentes – aquele relacionado à s tarifas comuns e à livre-circulação de bens. “Finalizadas as revisões técnicas, a Venezuela se encontra em condições de aderir ao Acordo de Complementação Econômica”, afirmou a ministra das Relações Exteriores, Delcy RodrÃguez, em uma carta dirigida aos governos da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
          RodrÃguez ressaltou que, atendendo aos “princÃpios de gradualidade, flexibilidade e equilÃbrio que regem seu processo de adequação ao Mercosul, [a Venezuela] está preparada para iniciar imediatamente o processo de adesão”. “Nem saÃmos, nem vão nos tirar do Mercosul. (…) Fazemos um apelo aos povos das capitais do Mercosul para defenderem a Venezuela, porque isso é defender os maiores ideais de integração, união e cooperação”, declarou na segunda-feira (28), dia em que insistiu na determinação de Caracas de permanecer no bloco.
Tensões entre Maduro e governos de direita
          O Mercosul foi fundado em 1991 e aceitou a Venezuela como membro em 2012. As tensões entre o governo Maduro e seus sócios aumentaram desde a chegada ao poder de governos liberais na Argentina e no Brasil.
            O Mercosul atravessa uma de suas piores crise, equiparável apenas à quela gerada pela suspensão do Paraguai em 2012, depois de um processo parlamentar que destituiu o presidente de esquerda Fernando Lugo. Foi nesse perÃodo que Argentina, Brasil e Uruguai aprovaram o ingresso da Venezuela, que contava com a oposição de Assunção.Â







