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              Cinco empresários continuam no regime de prisão preventiva e 11 – que estavam em prisão temporária – foram libertados pela Operação Lava-Jato, que também mantém presos o doleiro Alberto Youssef e ex-diretores da Petrobras. Pela estimativa do banco americano Morgan Stanley, o esquema sangrou a estatal em R$ 21 bilhões, o equivalente ao lucro operacional de um ano. Nunca na história desse paÃs se viu uma investigação avançar tanto, levar à prisão tantos figurões e colocar tantos polÃticos na “linha de tiroâ€. Por muito menos, o governo de Fernando Collor caiu. Isso, no entanto, não quer dizer que o de Dilmatambém deva cair, a não ser que reste provado que ela ou seu núcleo polÃtico e palaciano têm envolvimento com as irregularidades.
            Identificadas as empreiteiras pagadoras de propina, seus dirigentes devem se valer da delação premiada e de outros favorecimentos legais para reduzir as penas pelos crimes que – querendo ou não – cometeram. É preciso apurar claramente se houve cartel entre empresas ou se elas foram vÃtimas de extorsão ou coação para darem propina. A Nação espera agora, com certa impaciência, saber os nomes dos polÃticos beneficiários de toda essa roubalheira pois, pelo que se disse até agora, o dinheiro ia para os partidos da base de apoio ao governo e até da oposição. O povo tem o direito de saber quem são os homens e mulheres que, apesar de virem pedir seu voto com cara de boa gente, metem a mão no dinheiro sujo da corrupção, retirado do superfaturamento de obras pagas pelo governo e por empresas estatais. Outra coisa que interessa muito é verificar se os esquemas de propinas só funcionaram na Petrobras ou se estendem também a outras áreas federais, estaduais e municipais, onde essas e outras mega-empreiteiras tocam obras.
            Pelos valores até agora revelados, o já chamado “petrolão†é muito maior que o “mensalãoâ€, que levou polÃticos e empresários para a prisão. Isso dá importância especial aos acontecimentos futuros da Lava-Jato. Partindo-se da informação – já tornada pública – de que existem pelo menos 70 polÃticos com mandato envolvidos como beneficiários das propinas, espera-se haver pela frente grande tarefa para o Supremo Tribunal Federal, a corte encarregada de julgar os detentores de foro especial. Queiram ou não, os 11 ministros terão em suas mãos a grande tarefa de passar a limpo o meio polÃtico brasileiro, atribuindo a cada um dos envolvidos aquilo que a lei prevê para sua conduta. É a chance de recolocar o paÃs nos devidos trilhos e eliminar a malfadada corrupção. É agora ou nunca…
 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)