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     rufandobombo
  O lobista Rowles Magalhães exigiu o pagamento de R$ 5 milhões como forma de ressarcimento pela empresa que “doou†um pré-projeto de R$ 14 milhões para a implantação do VeÃculo Leve sobre Trilho (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande, mas que não foi a vencedora da licitação para realizar o serviço bilionário. Magalhães, porém, teria recebido “apenas†R$ 1 milhão a mando do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) para “parar de importunarâ€.
         A informação consta do inquérito da PolÃcia Federal que serviu de base para a deflagração na manhã desta quarta-feira da “Operação Descarrilhoâ€, que investiga fraudes no processo de licitação para escolha da empresa que implantaria o VLT.
      Segundo informações do documento, Rowles Magalhães fez parte de uma comitiva organizada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que em 2012 visitou a Fenerconsult, uma empresa de Portugal especializada em projetos de transporte público. Silval Barbosa também fez parte do grupo.
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     O ex-governador revelou que Rowles era representante da Infinity, um fundo de investimento interessado na implantação do VLT e que se “dispôs†a doar o pré-projeto para implantação do sistema de transporte, no valor de R$ 14 milhões. O alto valor traduzia o “interesse†da Infinity e da Fenerconsult no negócio. “Depreende-se das informações prestadas pelo ex-governador do Estado que a doação do pré-projeto avaliado em cerca de R$ 14 milhões revelava o interesse de Rowles e da Ferconsult em ganhar dinheiro com a mudança de modal com a proposta da realização de uma parceria público-privada, o que acabou não acontecendoâ€, diz trecho do documento.
Os fatos, ocorridos em 2012, eram parte das mudanças promovidas pelos polÃticos mato-grossenses que tinham o interesse de alterar o projeto do Bus Rapid Transport (BRT) para o VLT, depois de Silval Barbosa assumir o comando do Poder Executivo, em 2010. O inquérito policial descreve ainda que o pré-projeto de R$ 14 milhões foi elaborado pela Fenerconsult, mas entregue ao fundo de investimento Infinity, representado por Rowles.,
Por sua vez, o grupo repassou a ideia ao Governo de Mato Grosso esperando que o poder público realizasse uma Parceria Público Privada com o consórcio. Porém, em razão do tempo disponÃvel para conclusão das obras – menos de dois anos -, a gestão Silval Barbosa afirmou ser impossÃvel tirar o projeto do papel por meio de uma PPP.
A Ferconsult, por sua vez, tinha interesse em participar da licitação, mas foi impedida pelo fato de ter elaborado o pré-projeto de R$ 14 milhões. Rowles Magalhães também era lobista de outra empresa portuguesa que tinha interesse na implantação do VLT, a Construtora Soares da Costa.
Mas ela também não conseguiu vencer a licitação, fato que fez com que o lobista começasse a pressionar os membros da gestão Silval Barbosa envolvidos no esquema, como o próprio ex-governador. “Rowles Magalhães, segundo Silval Barbosa declarou, ainda tentaria auferir vantagem da obra do VLT, de um lado realizando tratativas com a empresa Soares da Costa (que também participara do certame, mas não venceu), de outro, acertando o recebimento de propina (“retornoâ€) no montante de R$ 5 milhões com Eder de Moraes Dias (antes deste ser exonerado da Secopa)â€, diz outro trecho do inquérito.
Conforme descreve o documento, Rowles passou a exigir, então, R$ 5 milhões ao secretário da Secopa-MT, Eder de Moraes, como “ressarcimento†pelos investimentos do grupo que representava no Brasil. Contudo, Eder foi substituÃdo no comando da pasta por MaurÃcio Guimarães, que passou a ser cobrado pelo lobista, em 2012.
Em virtude das pressões, Silval Barbosa determinou o pagamento de R$ 1 milhão a Rowles para ele “parar de importunarâ€, cujo repasse aconteceu através da empresa de Ricardo Novis Neves, um dos alvos da operação de hoje. A propina, de acordo com o ex-governador, foi obtida de outras propinas recebidas pela Secopa-MT, e que teriam sido recolhidas por MaurÃcio Guimarães. “Após diversas cobranças, Silval determinou a MaurÃcio Guimarães que pagasse a Rowles, e MaurÃcio acabou pagando o valor aproximado de R$ 1 milhão para Rowles parar de importunar; que tal montante saiu de propinas recebidas na Secopa, com origem nos pagamentos relacionados à s obras da Copa, sendo atribuição de MaurÃcio Guimarães solicitar e receber esses retornos dos empresáriosâ€, diz trecho do depoimento de Silval Barbosa anexado ao inquérito.
BICO ABERTO
O dinheiro não foi suficiente para “fechar o bico†do lobista, que denunciou a um repórter do site UOL em 2012 parte do esquema. A reportagem serviu como base para o inÃcio do inquérito da PolÃcia Federal.
En 2014, Rowles disputou o mandato de deputado federal pelo SDD, que apoiou a então candidatura do ex-deputado estadual José Riva e, posteriormente, da ex-secretária Janete Riva (PSD) ao Governo de Mato Grosso. Rowles obeteve 1.787 votos e ainda teve as contas reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral.








