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INSS estima que até 20% das aposentadorias por idade pedidas por internet e telefone serão concedidas automaticamente

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Agência do INSS (Foto: Reprodução EPTV)
Agência do INSS (Foto: Reprodução EPTV)Por Helton Simões Gomes, G1

    Pedido de aposentadoria por idade só vai poder ser feito pelo telefone ou internet

  A partir de segunda (21), segurados não poderão mais agendar para pedir aposentadoria por tempo de serviço e salário-maternidade.

   O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deve conceder de forma automática até 20% dos pedidos de aposentadoria por idade e salário-maternidade, que, a partir de segunda-feira (21), deverão ser solicitados exclusivamente por telefone ou pela internet. Nesses casos, a concessão do benefício não demorará mais do que 30 minutos.

Essa é a expectativa do órgão, segundo José Francisco da Silva Neto, chefe de divisão de gestão e implantação de sistema da diretoria de atendimento do INSS.

O INSS já concede esses benefícios de forma automática desde setembro de 2017. Essa forma de requisição convivia com o modelo antigo, em que o contribuinte podia optar por agendar uma consulta em um posto do órgão. Só que, a partir de segunda, o atendimento presencial para solicitação deixará de existir.

Juntos, aposentadoria por tempo de serviço e salário-maternidade responderam por 1,4 milhão de pedidos em 2017.

 
Pedido de aposentadoria por idade só vai poder ser feito pelo telefone ou internet

Pedido de aposentadoria por idade só vai poder ser feito pelo telefone ou internet

Mudanças no sistema

A concessão automática passou a ser possível após o INSS promover algumas mudanças internamente, como:introduzir processo de requisição eletrônica no ano passado, já que até então tudo era feito por meio de formulários em papel;

  • integrar as várias bases governamentais de dados que devem ser checadas, como o “Meu INSS” (central de serviço para o cidadão), o CNIS (cadastro nacional de informações sociais) (CNIS) e o Prisma (sistema de benefícios sociais do governo);
  • simplificar alguns sistemas, que possuíam muitas regras para identificar fraudes, mas acabavam barrando muitas concessões instantâneas.

“A partir do momento que a gente viu que a concessão automática é possível, pensamos em encerrar o modelo convencional e antigo. Vamos direcionar tudo para o novo modelo, ou seja, é o sistema que vai checar todos os pedidos de aposentadoria. Todos serão submetidos ao sistema que irá avaliar se estão em condições.”

‘Malha-fina’ do INSS

No caso da aposentadoria, por exemplo, o sistema vai checar, entre outros detalhes, se o segurado cumpre alguns requisitos para a aposentadoria, como a idade mínima ou tempo de serviço exigidos pelas regras atuais.

Ainda assim, oito em cada dez segurados não terão o benefício concedido automaticamente. Eles terão de ir a uma agência do INSS para complementar informação ou prestar esclarecimentos. Isso ocorrerá quando o sistema identificar “sinalizações de que pode haver alguma pendência”, diz Neto. Não quer dizer, no entanto, que terão o benefício negado.

Algumas das pendências podem ser:

  • contribuição para o INSS feita pela empresa empregadora fora do prazo;
  • registro de vínculos concomitantes, o que ocorre quando, em um mesmo período, mais de uma empresa recolhe contribuições para um mesmo contribuinte;
  • existência de benefício já ativo e que seja incompatível com o pedido feito ao INSS.

“Dá para fazer uma analogia com a Receita Federal”, compara Neto. “Você faz sua declaração de Imposto de Renda e só vai até a Receita se cair na malha fina.”

Prova de fogo

Neto reconhece que, no início, a “malha fina” do INSS vai ser bastante extensa, mas tende a ser menos restritiva no futuro. “À medida que a gente for melhorando o sistema, a concessão automática vai ser ampliada.”

O processamento das informações do INSS é feito e armazenado pela Dataprevi, que mantém uma central de dados no Rio. Neto conta que já há um acordo para a estatal ampliar a capacidade assim que a demanda exigir.

“A partir do dia 21, vai ser uma grande prova de fogo. A gente vai ter que medir o volume de requisições e, à medida que for aumentando o fluxo, já está combinado que eles possam aumentar a infraestrutura lá.”

Imagem destaque: Reprodução web

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