Mulher com doença mental é encontrada em cárcere privado

Divulgação / Polícia Civil

O local onde a vítima ficava era fechado com grades e cadeados. A mulher estava deitada no chão molhado e suja de fezes. Segundo a polícia, o espaço tem um quarto e um banheiro.

A cama é um bloco de cimento no chão, sem colchão, e a comida era servida em potes descartáveis – sem talher. Os restos seriam jogados no quintal e a região cheira urina, fezes e comida estragada.

A denúncia anônima foi registrada no Ministério Público do Estado (MPE). A mãe é uma idosa de 63 anos, e informou que a filha é mantida há 10 anos no cômodo porque sofre de esquizofrenia refratária, e ela não tem condições de cuidar.

A delegada Cinthia Gomes da Rocha Cupido, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, afirmou que a vítima foi entregue a uma irmã que se comprometeu de cuidar dela. A irmã disse em depoimento que a mulher não toma os remédios que precisa há mais de um ano, porque a rede pública não está mais fornecendo o medicamento. Sem os remédios, a doente se torna agressiva.

Conforme a delegada, neste caso a mãe da vítima poderia ser presa, mas não foi registrado o flagrante porque a mesma é doente e é de família simples. “Percebemos que a prisão não seria o melhor a se fazer, porque sendo presa ela poderia morrer dentro da cadeia e o problema continua sem solução”, disse.

Um inquérito policial foi instaurado para apurar o caso. Ainda de acordo com a Delegacia da Mulher, o órgão vai pedir medidas urgentes, como a retomada do fornecimento da medicação, tratamento adequado, e o encaminhamento da mulher para uma instituição psiquiátrica.