quinta-feira, 21/11/2024
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Casais aproveitam projeto para oficializar união

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Foto destaque: jornaladvogado.com.br

 

                                 Rio cheio, chuva fina, vento soprando, chalana ancorada à beira do Cuiabá, município de Barão de Melgaço. Este foi o cenário pantaneiro, de visão quase bucólica, que o casal Marciléia Loures, 32 anos, e Jairo César Marques, 40 anos, escolheu para oficializar a união de 19 anos.

                      Dentro da Chalana Athenas ambos disseram sim sob os aplausos de servidores e voluntários que estão participando do projeto Ribeirinho Cidadão, desenvolvido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Defensoria Pública do Estado e parceiros.

                  Eles aproveitaram a oportunidade para se casar no civil. Tudo foi feito ali mesmo, dentro da chalana, sem qualquer burocracia e gratuitamente. “Era um sonho antigo que a gente vinha adiando por vários motivos. Hoje tivemos esta oportunidade e resolvemos casar legalmente. Foi tudo muito prático. A questão financeira também pesa, porque se tivesse que pagar pelo casamento iria gastar R$470,00. Para nós, que temos uma renda baixa, faz muita diferença”, diz Marciléia, sem esconder a felicidade de estar realizando um sonho.

               Quem também aproveitou a oportunidade para fazer o casamento no civil foi Alaíde Pinheiro e Eteval Batista. Juntos há 25 anos, eles contam que nunca sentiram necessidade de oficializar a união. “Meu marido foi aposentar e não conseguiu. Resolvemos aproveitar a visita do projeto aqui na cidade e casar legalmente. Minhas filhas já são casadas e nós não, e elas cobravam muito. Agora está tudo certo. Estou feliz”.

                 Divórcio – Não apenas casamentos são realizados pelo projeto Ribeirinho Cidadão, mas também divórcios. A autônoma Elizabeth Dias Gonçalves, de 40 anos, e separada do marido há 10 meses, decidiu procurar o atendimento jurídico oferecido aos moradores para fazer o divórcio.

                  “Fui casada durante 25 anos e, como todo casamento, teve seus momentos bons e ruins, mas os últimos 10 anos foram muito difíceis pra mim. Chegou um momento que meus próprios filhos pediram para eu me separar, porque não aguentavam mais me ver sofrendo. A visita do projeto aqui na cidade foi ótima, porque já consegui resolver mais essa etapa da minha vida. Quero seguir o meu caminho e ser feliz”, afirma Elizabeth, que é mãe de três filhos.

               Bastante emocionada, ela conta que é o fim de um sofrimento. “Fiquei os últimos 10 anos do casamento tentando manter o relacionamento por causa dos meus filhos, até o momento que realmente não deu mais. Agora acabou. Vou cuidar dos meus filhos e retomar minha vida. Graças a Deus foi tudo fácil aqui, fui muito bem atendida”.

                 Atendimentos – Além da área jurídica, os ribeirinhos têm uma série de atendimentos oferecidos pelo projeto, tanto na área social quanto médica. Tudo é gratuito. O Ribeirinho Cidadão visitará 26 comunidades ao longo do rio Cuiabá, no trecho entre Barão de Melgaço e Poconé, até o dia 28 de fevereiro. Entre os dias 2 e 6 de março acontece a parte terrestre do projeto.

 Janã Pinheiro/Fotos: Adilson Cunha

Coordenadoria de Comunicação do TJMT

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