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VINTE PESSOAS MORRERAM EM ATAQUE AO PARLAMENTO DA TUNÍSIA

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Segundo autoridades, 19 pessoas foram mortas – 17 estrangeiras.
Dois militantes foram mortos; ação ocorreu em museu na capital do país.

Do G1, em São Paulo

Policiais são vistos do lado de fora do Parlamento da Tunísia nesta quarta-feira (18) (Foto: Zoubeir Souissi/Reuters)
Policiais são vistos do lado de fora do Parlamento da Tunísia nesta quarta-feira (18) (Foto: Zoubeir Souissi/Reuters)

                         Pelo menos 20 pessoas foram mortas em um ataque realizado por militantes nesta quarta-feira (18) no complexo do Parlamento da Tunísia, informou o primeiro-ministro do país, Habib Essid.

                        Segundo o premiê, turistas da Itália, Alemanha, Polônia e Espanha estão entre os mortos no ataque. Entre os mortos no ataque estão dois tunisianos, um deles um policial. Mais tarde, o o porta-voz do ministério do Interior, Mohamed Ali Arui, disse que outras vítimas eram da África do Sul, França e Colômbia.

A agência Efe afirma que um brasileiro estaria entre as vítimas, de acordo com fontes consulares latino-americanas. No entanto, a informação ainda não é confirmada oficialmente. Procurado peloG1, o Itamaraty disse que o encarregado de negócios e mais um funcionario diplomático do ministério estão a caminho do hospital para verificar se há mesmo um brasileiro entre as vítimas.

                    Além disso, os dois militantes acusados do ataque morreram em uma operação das forças de segurança três horas após o início da ação, anunciou o governo.

Antes do fim da operação, as autoridades haviam reportado oito mortes no local. As outras vítimas foram identificadas dentro do prédio após a morte dos militantes.

Segundo o premiê, a polícia procura dois ou três cúmplices do ataque. “Há a possibilidade, mas não a certeza, (de que os dois agressores mortos) foram ajudados por dois ou três elementos, e nós lançamos vastas operações para identificar esses terroristas”, indicou.

Forças de segurança da Tunísia cercam a área do Parlamento após ataque de militantes com oito mortos nesta quarta-feira (18) (Foto: Fethi Belaid/AFP)
Forças de segurança da Tunísia cercam a área do Parlamento após ataque de militantes com oito mortos nesta quarta-feira (18) (Foto: Fethi Belaid/AFP)

O balanço mais recente sobre o ocorrido indica que 42 pessoas ficaram feridas. Segundo o ministro da Saúde, Said Aidi, entre os feridos há franceses, sul-africanos, poloneses, italianos e japoneses.

Tiroteio
Os militantes atacaram o complexo de edifícios do Parlamento, o qual inclui um museu, matando as pessoas, disse Mohamed Ali Aroui, porta-voz do Ministério do Interior. Segundo ele, os suspeitos estavam armados com kalashnikovs e vestidos como seguranças. A maior parte dos turistas no local foi retirada e unidades antiterrorismo entraram no museu. Cerca de cem turistas estavam no museu.

Os agressores, vestidos em uniformes militares, atiraram contra os turistas quando estes desciam do ônibus e os perseguiram no interior do museu, de acordo com o primeiro-ministro. Não houve uma tomada de reféns, como chegou a ser divulgado pela TV estatal e a agência Reuters.

Um tiroteio foi ouvido no edifício em torno das 12h locais, segundo a agência de notícias estatal TAP. As forças de segurança do ministério cercaram os dois militantes entrincheirados no interior do Museu Bardo, que faz parte do mesmo complexo.

Homem é retirado do museu Bardo, em Tunis, depois do ataque promovido por homens armados nesta quarta-feira (18) (Foto: AP Photo/Salah Ben Mahmoud)
Homem é retirado do museu Bardo, em Tunis, depois do ataque promovido por homens armados nesta quarta-feira (18) (Foto: AP Photo/Salah Ben Mahmoud)

Uma emissora de TV local publicou imagens que mostram visitantes deixando o museu rodeados por forças de segurança.

O museu é uma das principais atrações turísticas de Tunis e apresenta uma das maiores coleções de mosaicos romanos do mundo.

Os militantes invadiram o local disfarçados. O trabalho em andamento no Parlamento foi suspenso e o local evacuado.

Ainda não está claro quem são os autores do ataque. As forças armadas da Tunísia lutam contra militantes islâmicos que surgiram no país após as manifestações de 2011 contra o regime autocrata de Bem Ali.

Milhares de tunisianos também deixaram o país para lutar com grupos militantes na Síria, Iraque e Líbia, e o governo está preocupado com o retorno destes jihadistas e a realização de ataques em seu território.

Forças de segurança da Tunísia cercam a área do Parlamento após ataque de militantes com oito mortos nesta quarta-feira (18) (Foto: Fethi Belaid/AFP)

Forças de segurança da Tunísia cercam a área do Parlamento após ataque de militantes com 19 mortos nesta quarta-feira (18) (Foto: Fethi Belaid/AFP)

Reação
A ONU, a alta Representante da União Europeia para Política Externa, Federica Mogherini, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, condenaram o ataque.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon chamou o ataque de deplorável e transmitiu suas profundas condolências às famílias das vítimas.

Mogherini culpou “organizações terroristas” pelo ocorrido. “Com o ataque de hoje em Tunis, as organizações terroristas estão de novo tendo como alvos as pessoas e os países da região mediterrânea”, diz em comunicado.

“Isso fortalece a nossa determinação em cooperar mais de perto com nossos parceiros para confrontar a ameaça terrorista. A União Europeia está determinada a mobilizar todas as ferramentas que tem para apoiar a Tunísia na luta contra o terrorismo e reformando o setor de segurança”, afirma a representante.

“Os Estados Unidos estão ao lado do povo a Tunísia nesse momento difícil e continua a apoiar os esforços do governo da Tunísia para garantir um país seguro, próspero e democrático”, declarou John Kerry.

O Brasil também emitiu uma nota de repúdio ao ataque. “O Governo brasileiro condena com veemência o covarde atentado perpetrado hoje no Museu do Bardo, em Túnis, que resultou na morte de cidadãos tunisianos e de outras nacionalidades e em dezenas de feridos”, diz a nota do Itamaraty.

Museu Bardo
O Museu do Bardo de Tunis abriga uma coleção excepcional de mosaicos.

A riqueza de suas coleções, que cobrem a Pré-História e as épocas fenícia, púnica, númida, romana, cristã e árabe-islâmica, é única.

O museu duplicou em 2012 sua superfície de exposição, atingindo 23 mil m2, e reorganizou sua apresentação.

Entre as obras-primas expostas, está “O triunfo de Netuno”, de 13 m x 8 m, datada do século II, o maior mosaico vertical do mundo.

Outra obra-chave é a coleção de mosaicos intitulada “A alcova de Virgílio”, que representa o poeta e autor de “Eneida” cercado de musas.

Instalado em um palácio da época do Império Otomano, o museu acolhe milhares de visitantes por ano, e registrou eu maior número em 2005, com 600 mil pessoas. Em 2011, ano da revolução, apenas 100 mil o visitaram.

O turismo, setor-chave da economia local, ficou muito afetado com a crise política e o surgimento do movimento jihadista depois da revolução de derrubou o presidente Zine El Abidin Ben Ali, em janeiro de 2011.

Em 2014, a renda com o turismo registrou um leve crescimento. O número de turistas, no entanto, baixou 3,2%, caindo para 6,07 milhões, diante dos 6,27 milhões de 2013.

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